Langley: “boom do streaming ocorreria sem pandemia"

Langley: “boom do streaming ocorreria sem pandemia"

Redação
08 out 21

“O novo normal teria chegado mesmo sem a pandemia”. Foi isso o que Donna Langley, presidente da Universal, disse numa conferência no The Information’s WTF, evento que reúne mulheres em posição de liderança na área de tecnologia e finanças. Sua opinião ecoa o que alguns da indústria já disseram no começo da pandemia: que o crescimento do streaming foi acelerado pela pandemia, mas que, mais cedo ou mais tarde, ele já aconteceria. 

Uma das mudanças definitivas que o streaming causou foi a redução da janela, que, para a presidente da Universal, faz todo sentido: “Os filmes registram a maior parte de sua bilheteria theatrical nas primeiras duas ou três  semanas. Então, praticamente, [o encurtamento da janela] faz muito sentido”.

"Bilheterias devem demorar a voltar ao que eram antes"

Langley pensa que ficaremos 20% abaixo do antigo normal por um bom tempo antes de voltarmos aos números que estávamos acostumados. “Ninguém de nós sabe de nada. Há um ano atrás, nós certamente pensávamos que estaríamos de volta com tudo agora [em outubro de 2021].” Neste cálculo, é provável que já se esteja contando com o volume menor de filmes hollywoodianos que estão chegando à China. 

Donna Langley reforçou o comprometimento do estúdio com a experiência cinematográfica, argumentando que “a forma que um filme monetiza seu conteúdo é estando numa janela exclusiva, com uma grande campanha de marketing por trás. Essa grande campanha de marketing é o que valoriza um filme. Isso não vai mudar”.  

Vale lembrar que a Universal, por outro lado, também não ignora o streaming. Seu serviço próprio, o Peacock, está programado para fazer algumas estreias simultâneas de títulos do estúdio como o terror Halloween kills - O terror continua, mas Langley disse que isso deve ser raro. “A ideia é que os filmes da Universal cheguem ao Peacock pelo menos quatro meses depois de seu lançamento nos cinemas. Depois disso, vão para outras plataformas e, eventualmente, retornarão ao serviço”.  

Novo de Christopher Nolan terá janela de 100 dias

O novo filme de Christopher Nolan, recém-contratado pela Universal após anos trabalhando em parceria com a Warner, terá uma janela de 100 dias. Isso já havia sido anunciado como uma das condições para o diretor fechar o acordo com o estúdio, mas foi reforçado na conferência pela executiva. Além disso, o diretor exigiu que a companhia não lance nenhuma obra três semanas antes ou depois que seu filme chegasse aos cinemas. O trama do longa será sobre o criador da bomba atômica, J. Robert Oppenheimer.