Coronavírus volta a atacar: agora na China

Coronavírus volta a atacar: agora na China

Redação
16 mar 22

Analistas aguardam com grande expectativa a chegada de Batman (Warner) à China na próxima sexta-feira, 18, já que se trata do primeiro filme hollywoodiano de super-herói a aterrissar no país asiático em um ano e meio. Mas o que significaria uma mudança importante no mercado global esbarrou num imprevisto: um surto de casos de Covid-19.

Divulgação
Cartaz chinês de 'Batman'
De uma semana para cá, cerca de 30% de todos os cinemas da China fecharam temporariamente, incluindo os de cidades populosas como Xangai e Shenzhen. Ontem, foram registrados mais de 5 mil novos casos de Covid — o que, para os padrões da China, é muito alto. O país, vale lembrar, sempre apostou numa política de "Covid zero", lançando mão de medidas restritivas diante de qualquer sinal de aumento na taxa de transmissão.

A expectativa era que Batman arrecadasse até US$ 30 milhões na China em sua abertura, mas agora analistas acham que o valor não passará de US$ 20 milhões. A notícia é um balde de água fria para os estúdios de Hollywood, já que o território asiático é, hoje, o mais rentável do mundo, tendo liderado a bilheteria global em 2020 e 2021 — e provavelmente em 2022 também, de acordo com projeções feitas até o mês passado.

O lançamento de Batman por lá também era considerado importante para retomar o interesse da população por produções estrangeiras. Nos últimos anos, a China apostou em blockbusters locais e com teor patriótico. Diversos filmes da Marvel — entre eles Viúva Negra, Eternos, Shang-Chi e Homem-Aranha - Sem volta para casa  não estrearam na China supostamente por razões políticas (o governo não confirma o motivo).

Reforço no marketing

Para se ter uma ideia, os últimos filmes americanos a arrecadarem mais de US$ 100 milhões na China foram Godzilla vs Kong (Warner) e Velozes e furiosos 9 (Universal). Já os blockbusters locais não tiveram dificuldade para ultrapassar a marca dos US$ 500 milhões.

"Nos últimos dois anos, os produtos de Hollywood definitivamente sofreram um baque na China, seja por ausência de lançamentos, seja por razões políticas", afirmou, à Hollywood Reporter, James Li, da empresa de consultoria Fanink, situada na China. "Vai levar um tempo, além de um grande esforço de marketing, para engajar novamente os chineses em torno de Hollywood."

Ainda não há previsão de reabertura dos cinemas chineses. O maior temor é que o que está acontecendo na China seja uma prévia do que já ocorre em Hong Kong. Nesta região, o coronavírus fez os complexos fecharem no início deste ano, justamente num momento crucial de recuperação, com o lançamento de Homem-Aranha - Sem volta para casa. A cidade, inclusive, perdeu o período lucrativo do ano novo lunar, em fevereiro, quando estreariam Amor, sublime amor, Morte no Nilo e o próprio Batman, originalmente marcado para janeiro.

Os próximos lançamentos de Hollywood na China estão previstos para 25 de março (Moonfall - Ameaça lunar), 3 de abril (Hotel Transilvânia 4) e 8 de abril (Animais fantásticos - Os segredos de Dumbledore).