Após investimentos, Cineworld muda estratégia por queda de lançamentos

Após investimentos, Cineworld muda estratégia por queda de lançamentos

Redação
17 ago 22

O vácuo de blockbusters que se abriu recentemente — e que deve durar até novembro — provocou um duro golpe na Cineworld, a segunda maior rede exibidora do mundo.

A empresa, que também detém a rede Regal, disse nesta quarta-feira, 17, que está avaliando "opções estratégicas" para lidar com a queda na venda de ingressos mais acentuada do que o esperado. Como resultado, as ações da companhia britânica despencaram 49%.

Divulgação
Cinema Cineworld

"Esta queda na venda de ingressos se deve ao line-up limitado de filmes disponíveis atualmente. Esse cenário vai impactar negativamente a capacidade de liquidez do grupo", afirmou a Cineworld.

O tom do comunicado é bem diferente daquele divulgado em março, quando o conglomerado disse estar, até então, otimista "com a quantidade de filmes fortes em 2022 e além."

Preocupação global

O vácuo de blockbusters, provocado pela paralisação de filmagens durante a pandemia, é uma das principais preocupações dos exibidores de todo o mundo, incluindo os brasileiros, como disse a Abraplex à Filme B.

A Cineworld não detalhou como vai reverter a crise, mas afirmou que pretende vender ativos para impulsionar liquidez e conter gastos. A rede, no entanto, assegurou que as operações de seus cinemas vão seguir normalmente para o público. Seus complexos estão espalhados por pelo menos dez países na Europa e nos EUA.

A empresa chegou a ter US$ 5 bilhões em dívidas em 2021, por causa da pandemia. Em julho daquele ano, porém, conseguiu obter US$ 200 milhões em empréstimos, e a retomada do setor dava um prognóstico positivo a longo prazo e fez com que a rede intensificasse os investimentos em seus complexos. Agora, o vácuo de blockbusters começa a afetar as redes exibidoras no mundo.

Divulgação
'Pantera Negra 2' e 'Não se preocupe, querida'

A expectativa é que o setor se recupere a partir de novembro, quando produções cercadas de expectativas serão lançadas. Entre elas, estão Pantera Negra - Wakanda para sempre (Disney), Avatar - O caminho da água (Disney) e Shazam! Fúria dos deuses (Warner). Em setembro, o esperado Não se preocupe, querida (Warner) também deve dar um alívio aos exibidores.

Streaming tem perda recorde no Reino Unido

E não são apenas os cinemas que atravessam um momento complicado. O streaming também vem sentindo os efeitos da crise econômica. No Reino Unido, Netflix, Amazon e Disney+ perderam um recorde de 350 mil assinaturas no último trimestre, de acordo com a agência reguladora britânica Ofcom.

Ainda que o número de lares britânicos que assinam algum serviço de SVoD seja grande (19,2 milhões), a quantidade caiu 67% no período. O Reino Unido, vale lembrar, atravessa uma crise envolvendo o custo de vida da população, o que, segundo a Ofcom, "põe pressão nos gastos dos consumidores com entretenimento."