Referência
no mercado de
cinema no Brasil
Jogos Vorazes - A cantiga dos pássaros e das serpentes estreia nesta sexta-feira, 17, nos EUA, em meio a uma intensa discussão sobre o desgaste de franquias — não só de super-heróis, como As Marvels ilustrou muito bem com seus números decepcionantes no Brasil e no mundo, mas também de outros universos cinematográficos.
Primeiro a boa notícia: a chegada de A cantiga dos pássaros e das serpentes deve dar um fôlego necessário às bilheterias americanas. Segundo o Screendollars, o setor deve arrecadar neste fim de semana 69% a mais que o anterior, impulsionado também pela estreia de Trolls 3 por lá.
Agora a parte preocupante: o novo Jogos Vorazes deve abrir com até US$ 55 milhões nos EUA, segundo projeções. Não é um desempenho ruim. Inclusive, muito provavelmente será o grande líder dos próximos dias. O Brasil registrou a maior bilheteria internacional (isto é, fora dos EUA) nesta quarta-feira, 15 (US$ 1,1 milhão), segundo a Comscore. Mas, nos EUA, é um número bem inferior às aberturas dos outros quatro capítulos da franquia:
O que está acontecendo com Hollywood? Os espectadores estão realmente cansados de longas franquias? Os estúdios precisam buscar novos caminhos?
A resposta é sim, segundo artigo publicado ontem no Wall Street Journal. Mas isso não significa que Hollywood vai abandonar completamente as suas fórmulas tradicionais. A indústria só precisa recorrer a outras propriedades intelectuais.
O texto, intitulado "O fracasso da Marvel não vai destruir a fórmula de Hollywood", lembra que os maiores sucessos do ano foram adaptações de histórias conhecidas, mas que não dependiam de outros filmes: Barbie, Super Mario Bros. e Oppenheimer. Ou seja, o público ainda quer tramas familiares, mas que sejam, de alguma forma, inéditas no cinema. Prova disso é o sucesso estrondoso de Five nights at Freddy's, baseado num popular jogo de videogame, mas que até então não havia ganhado uma adaptação desta magnitude.
Obviamente, não se trata de uma sentença definitiva. O analista Doug Creutz, da TF Cowen, disse que "novas propriedades intelectuais (PI) ainda são muito menos bem-sucedidas do que PIs estabelecidas". E Bob Iger, CEO da Disney, afirmou que a empresa só precisa reajustar o foco em termos de quantidade (e qualidade) de produções lançadas.
No fim, conclui o jornalista Dan Gallagher, do WSJ, é uma questão de os estúdios "não desgastarem excessivamente os seus conteúdos".
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