Grace de Mônaco: de Cannes até a lista do Emmy

Grace de Mônaco: de Cannes até a lista do Emmy

Redação
17 jul 15

Imagem destaque

Divulgação

Nicole Kidman em Grace de Mônaco

Como um filme que abriu o prestigiado Festival de Cannes pôde acabar recebendo uma indicação ao Emmy? Estrelado por Nicole Kidman, Grace de Mônaco pode não ser sucesso de crítica, mas fez uma trajetória nunca vista antes em Hollywood.

Dirigido pelo francês Olivier Dahan (o mesmo de Piaf: Um hino ao amor), Grace de Mônaco foi o filme de abertura do festival francês em maio do ano passado. Seu tom de telefilme fez com que fosse apedrejado pelos críticos. Na época, o diretor já havia entrado numa batalha pelo direito ao corte final com a Weinstein Company, produtora do longa. Em outra frente, a família de Grace Kelly e do príncipe Rainier de Mônaco emitiram um comunidado protestando contra a maneira como o casal é retratado no filme.

Com todo o imbróglio, foram feitas três versões do filme. A primeira, com a versão do diretor, foi a que estreou na França e outros países da Europa logo depois de Cannes. A segunda era uma versão que a Weinstein lançaria nos cinemas americanos, com menos melodrama e mais elementos biográficos da história de Grace – mas esta nunca foi finalizada, pois a companhia decidiu não lançar o filme em circuito.

O longa foi então vendido para o canal Lifetime, e uma terceira versão foi feita para a TV, 10 minutos mais curta que a versão do diretor. Foi essa versão, exibida em maio, que acabou indicada ao Emmy de melhor telefilme na última quinta.

A culpa é do Hitchcock

No início do ano, o produtor Harvey Weinstein declarou ao site Deadline que “o roteiro foi escrito na mesma linha de O discurso do rei, tendo como clímax o momento em que Grace se torna princesa. O diretor, sendo francês, quis fazer um filme hithcockiano na linha de Um corpo que cai. Chamei o roteirista Arash Amel e uma equipe para voltar o filme ao que era na primeira versão. Ele fez um ótimo trabalho. O diretor recusou e me criticou publicamente. As pessoas deveriam ver um dia a versão do roteirista. Não era para ser um filme de transformação, mas um ótimo filme de entretenimento”, criticou.

O último a ver Grace de Mônaco, no fim das contas, vai ser o público brasileiro. Depois de alguns adiamentos, o longa, a ser lançado aqui pela Playarte, está apontado para o dia 29 de outubro nos cinemas.