Produtora Filmland aposta no cinema de gênero

Produtora Filmland aposta no cinema de gênero

Thayz Guimarães
27 out 16

Imagem destaque

Divulgação

O diretor Vicente Amorim comanda uma cena de Motorrad

Há 15 anos no mercado e com duas comédias de sucesso em seu catálogo (O concurso e Qualquer gato vira-lata), a Filmland Internacional, de LG Tubaldini Jr., quer se dedicar ao cinema de gênero. A produtora lança em setembro de 2017, pela Warner, o thriller Motorrad, dirigido por Vicente Amorim e inspirado em personagens de Danilo Beyruth, um dos quadrinistas mais respeitados do Brasil por sua atuação na gigante Marvel. 

Na história, um grupo de motoqueiros é perseguido numa caçada marcada por violência e reviravoltas ao entrar em território inimigo. Materiais inéditos do filme poderão ser vistos em dezembro num painel na Comic Con Experience, maior feira de cultura pop da América Latina, que acontece em São Paulo.

Tubaldini acredita que, apesar da falta de tradição no Brasil, filmes de suspense, terror e até mesmo ficção científica são uma grande oportunidade para a produtora. “O que faz o cinema nacional crescer é ofertar produtos de todos os gêneros. Não podemos ficar limitados a apenas uma categoria”, afirma. Mas ressalva que é preciso adequação à realidade local: “Não é apenas a questão técnica que limita esse tipo de produção por aqui, mas principalmente dinheiro e logística”.

Sem sombra e água fresca

Para conferir o clima desértico e de perseguição à história, Motorrad foi inteiramente filmado em cinco semanas na Serra da Canastra, em Minas Gerais, sob condições nada acolhedoras e muito sol. “Nós tínhamos uma base no município de Passos e outra em Delfinópolis. De lá, pegávamos uma hora e meia de estrada até a locação. Equipe e elenco se dividiam em caminhonetes 4x4, porque nem van conseguia passar”, conta o produtor. “Imagine o nível de dificuldade que foi para alimentar toda essa gente”.

Produzido a um custo de R$ 8 milhões, com investimentos do FSA, via Artigos 1° e 3°, Motorrad é um filme de “no-cast”, como define Tubaldini, referindo-se à ausência de grandes nomes no elenco. Segundo o produtor, em filmes de gênero, o mais importante é ter um bom ator, e não necessariamente um rosto conhecido. “Acredito em dar chance para novos talentos, é uma tendência mundial. Nesse tipo de filme, ser famoso pode até atrapalhar”, comenta.

Mais parcerias com a Warner

Antes de Motorrad, a produtora lança outros dois projetos no cinema. O primeiro deles, O vendedor de sonhos, é baseado no best-seller de Augusto Cury que vendeu mais de 2,5 milhões de exemplares no Brasil e foi traduzido para 70 países, com a história de um homem que está prestes a se suicidar, mas é salvo por um misterioso senhor maltrapilho. Na versão para cinema, que custou R$ 10 milhões, Jayme Monjardim (O tempo e o vento; Olga) assume a direção, com roteiro de LG Bayão (Ponte Aérea). Dan Stulbach (Tempos de paz) e o uruguaio Cesar Troncoso (O banheiro do Papa) encabeçam o elenco. O filme tem previsão de estreia para 8 de dezembro, via Warner, e deve ser lançado com cerca de 500 cópias.

Em maio de 2017, é a vez da comédia Divórcio 190, com direção de Pedro Amorim (Mato sem cachorro; Superpai) e roteiro de Paulo Cursino (Até que a sorte nos separe 1 e 2). A trama acompanha Júlio (Murilo Benício) e Noeli (Camila Morgado), casal de Ribeirão Preto que enriquece ao criar um molho de tomate que se torna sucesso nacional. Para este filme, a Filmland apostou em locações fora do eixo Rio-São Paulo e em um orçamento pouco maior (R$ 12 milhões). “Filmamos no interior de São Paulo, o que deu um sabor todo especial para a história”, conta Tubaldini.

O futuro está nos quadrinhos

Para os próximos anos, a Filmland já tem outros três projetos garantidos, com filmagens agendadas para 2017: o sci-fi Parallax, uma história original rodada na Amazônia, também com roteiro de LG Bayão; Futuro da humanidade, baseado em outro livro de Augusto Cury; e a adaptação do livro Mate-me quando quiser, de Anita Deak, que mistura suspense e humor e se passa entre São Paulo e Barcelona.

De acordo com Tubaldini, a produtora também irá investir em uma linha de projetos com Danilo Beyruth e outros quadrinistas brasileiros. “Aposto muito neste caminho, porque é algo que se cruza com a Comic Con. A gente precisa entregar filmes pra essa galera, eles têm sede disso”, afirma.