Produtora confirma Batman - Cavaleiro das trevas 3

Produtora confirma Batman - Cavaleiro das trevas 3

Thayz Guimarães, de São Paulo
03 dez 16

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Foto: Thayz Guimarães

Silenn Thomas na CCXP Unlock 2016

O nome dela pode ser pouco (ou nada) conhecido do grande público, mas o seu currículo fala por si só. Silenn Thomas é produtora de longas como 300 (2007) e Sin City – A dama fatal (2014), ambos adaptados de quadrinhos do grande Frank Miller. No Brasil pela segunda vez para participar da Comic Con Experience, ela conversou com o público na quinta, dia 1, sobre o universo geek de cinema e revelou estar trabalhando, sob sigilo, no projeto de Cavaleiro das trevas 3. O filme, que dá sequência à trilogia Batman de Christopher Nolan, ainda está em fase de desenvolvimento.

Frank Miller who?

Por ter nascido na França, país onde o mercado nacional de quadrinhos é muito forte, Thomas confessa que, ao chegar aos EUA, não tinha a menor ideia de quem fosse Frank Miller ou o que ele representava, até começar a trabalhar na produção de 300. “Agora eu sei quem ele é”, riu. “Mas foi só em Sin City que de fato entendi todo o impacto que ele teve na indústria dos quadrinhos desde Dark Knight", completou.

Para ela, o universo cinematográfico dos quadrinhos inclui dois modelos de história bastante distintos: de um lado, os filmes clássicos, como o Super-Man de Richard Donner, que traz muito da fantasia dos quadrinhos; de outro, o que Thomas chama de comic geek, que seriam as produções que fazem muito sucesso hoje, nas quais as histórias de super-heróis são voltadas para um público mais amplo. “Existe um grupo que já leu todas as histórias do Superman, por exemplo, mas a maioria só viu os filmes”, ponderou.

Sillen chama a atenção também para a tendência atual de se criar “times” de heróis, como Vingadores e Esquadrão Suicida. “O público está perdendo a essência e as nuanças dos personagens, quando, na verdade, o que deveria importar é a profundidade dos super-heróis em sua individualidade”, disse.

Casamento perfeito

Acostumada a trabalhar com publicidade, sua área antes de migrar para cinema, Sillen acredita que o fundamental em uma produção para cinema é encontrar o equilíbrio exato entre o marketing e o criativo. “Sempre vai haver disputa entre ambos e é costume da publicidade querem forçar demais, mas é preciso que o setor criativo segure a barra para não perder a identidade daquela história”, explicou. De acordo com a produtora, Rogue One é um exemplo do que ela chama de casamento perfeito. “É uma marca que pode escolher seus parceiros comerciais, porque é muito forte, todo mundo gostaria de trabalhar com ela”.

Segundo a produtora, liberdade criativa, em geral, é inversamente proporcional ao tamanho do orçamento de um filme, devido ao chamado fator de risco. “Como 300 teve um orçamento pequeno se comparado com as grandes produções, foi mais tranquilo, mas você tem filmes como Deadpool, que custou quase o mesmo que 300, mas não teve o mesmo nível de liberdade, porque o risco era muito alto. Para se ter uma ideia, Deadpool levou 13 anos para fechar o roteiro, enquanto o de 300 foi finalizado com apenas três”, explicou. “Por outro lado, há filmes caríssimos, como Star wars – O despertar da Força, nos quais é visível a liberdade criativa, porque a equipe entende a fundo cada um dos personagens”.