Paramount vai passar a lançar mais filmes e fala em nova era de monetização

Paramount vai passar a lançar mais filmes e fala em nova era de monetização

Redação
08 set 22

No comando da Paramount Pictures, Brian Robbins afirmou nesta quarta-feira, 9, que o estúdio vai aumentar a quantidade de filmes lançados nos cinemas.

Segundo o executivo, entre dez e 12 longas chegarão às telas em 2023, e de 12 a 15 em 2024. Em 2022, em contraste, a distribuidora colocou no mercado um número oito títulos. Entre eles, o sucesso Top Gun - Maverick, que já arrecadou mais de US$ 1,4 bilhão no mundo.

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Brian Robbins, da Paramount

"Eu acredito que a janela theatrical é importante", disse Robbins durante um evento do Bank of America Media.

Ele classificou o momento atual da retomada como "estranho", e disse achar que, a partir de agora, "veremos mais filmes" no mercado. 

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'Maverick'

Hollywood enfrenta atualmente uma falta de lançamentos fortes como efeito colateral da paralisação das filmagens durante a pandemia.

Robbins, no entanto, afirmou que, hoje, "o caminho para a monetização é muito maior" do que há cinco anos, graças à popularização das janelas digitais. Maverick, por exemplo, tornou-se o longa-metragem mais alugado em VoD na semana passada, mostrando que o estúdio segue lucrando bastante com o filme após a sua passagem pela tela grande.

Durante a retomada, a Paramount decidiu lançar seus filmes em sua plataforma de streaming, Paramount+, 45 dias após passarem pelos complexos. Uma exceção foi Maverick, justamente por causa do seu potencial de monetização.

Atualmente, a Paramount+ tem 43 milhões de usuários, e ainda será disponibilizada em diversos países. Um fenômeno interessante é que, segundo Robbins, filmes infantis que não foram tão bem nas bilheterias, como Clifford - O gigante cão vermelho, acabaram retendo uma grande quantidade de usuários no streaming.

Bob Iger: "nem todas as plataformas vão sobreviver"

Ainda dentro da competitiva seara das plataformas, Bob Iger, ex-CEO da Disney, deu uma visão pessimista: "Só poucas plataformas vão sobreviver no fim", disse o executivo numa conferência da Vox Media nesta quarta-feira.

Sem citar nomes, Iger disse que "é preciso ter muito capital para permanecer nesta indústria", e que ”nem todos os serviços vão ficar de pé". 

Ele, por exemplo, demonstrou pouco entusiasmo com plataformas como HBO Max e Discovery+, que pertencem à Warner Bros. Discovery. O conglomerado passa, hoje, por transformações em suas estruturas internas que visam corte de gastos.

Mas foi otimista em relação à Apple TV+ e Amazon, que cresceram de forma "surpreendente" graças, segundo ele, ao capital e à tecnologia que ambas as empresas já possuíam antes.

Iger também elogiou a Netflix e, claro, a Disney+. "Eu acredito que a Netflix vai continuar triunfando. Ela até pode estar com problemas no momento [como queda de assinaturas], mas não vai embora", disse.