Cavi Borges quer produzir menos e melhor

Cavi Borges quer produzir menos e melhor

Thayz Guimarães, de Olinda*
05 mai 16

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Divulgação

Guerra do Paraguay: produção de Cavi Borges

Conhecido por sua vasta cartela de filmes de baixo orçamento – foram cerca de 200, incluindo curtas e longas, em dez anos – o produtor e diretor carioca Cavi Borges agora quer investir suas energias em uma carreira menos acelerada e com mais recursos. Seu primeiro projeto nesta linha será A lua vem da Ásia, com orçamento estimado em R$ 1,5 milhão – o mais caro de sua carreira até o momento. Baseado no livro de Campos de Carvalho (1916-1998), o longa tem direção do ator Chico Diaz, que já encarou o texto da obra nos palcos.

“Fiquei conhecido como produtor de baixo orçamento, é bom ressaltar, porque quando as pessoas ganham dinheiro elas vão nas grandes produtoras, mas quando não têm nada, elas procuram o Cavi”, divertiu-se o produtor de Guerra do Paraguay, longa bastante aplaudido no Cine PE deste ano. Sem previsão de estreia, A lua vem da Ásia ainda está em fase de captação de verba em editais – outra novidade no modo de operação da Cavídeo, produtora que quase sempre atuou com dinheiro próprio ou de patrocínio.

Outro projeto em andamento é Casa com piscina, versão em longa-metragem do curta A distração de Ivan, selecionado para a Semana da Crítica de Cannes em 2010. O longa, assim como o curta, será dirigido por Cavi Borges e Gustavo Melo, do Nós do Morro. A história acompanha o crescimento de um menino no subúrbio carioca, no bairro de Brás de Pina. Os custos de produção foram avaliados em torno de R$ 1,3 milhão.

Recentemente, Cavi Borges anunciou sua aposentadoria como produtor de cinema e disse que iria se dedicar exclusivamente à direção. No Cine-PE, porém, ele desmentiu a brincadeira, explicando que quer apenas se dedicar um pouco mais aos projetos pessoais e levar uma rotina menos intensa de trabalho e com menos dívidas. “A verdade é que eu não vou parar, não consigo, mas preciso desacelerar. Nunca estive tão quebrado de dinheiro na minha vida”, afirmou, em tom gaiato. Para 2016, Cavi ainda tem 13 longas-metragens na fila da finalização.

* A repórter viajou a convite do festival