Três representantes brasileiros vão a Berlim

Três representantes brasileiros vão a Berlim

Gustavo Leitão
13 jan 15

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Divulgação

O curta-metragem brasileiro Mar de fogo, de Joel Pizzini, foi selecionado para concorrer ao Urso de Ouro no Festival de Berlim, a organização anunciou hoje, dia 13. O filme está entre os 27 indicados de 18 países. Dois outros projetos brasileiros vão participar do mercado de coprodução realizado em paralelo à programação.

Descrito como um “ensaio experimental”, Mar de fogo homenageia Mário Peixoto, realizador pioneiro de Limite. O filme de cinco minutos, que recria livremente o clássico de 1930, foi produzido no ano passado e incluído na programação do Festival de Curtas Metragens de São Paulo.

Com produção da Bananeira Filmes, Corrida dos bichos, de Ernesto Solis, vai participar do mercado de coprodução, onde realizadores e produtores têm a oportunidade de se encontrar com potenciais parceiros de financiamento. O longa é uma visão distópica do Rio de Janeiro, onde num futuro próximo jogadores disputam uma chance de escravizar seu oponente. Diretor de arte de filmes de animação, Solis vai empregar a recriação 3D de paisagens cariocas para ambientar sua trama. O orçamento é de R$ 10 milhões.

Até o caminho, de Davi Pretto (Castanha), vai integrar a seleção de dez projetos do Talent Project Market, que destina um prêmio de 10 mil euros a um dos inscritos. Escrito pelo diretor em parceria com Richard Tavares, o filme explora os mesmos limites de ficção e realidade abordados no longa anterior, que fez carreira em cerca de 30 festivais, incluindo Berlim, onde foi exibido na seção Forum. A narrativa trata de uma família que habita uma fazenda em uma região rural no extremo Sul no Brasil e vê sua tranquilidade acabar em um verão.

“Em Castanha, eu tinha um personagem real e escrevi um roteiro para ele. Agora, eu tenho um roteiro e estou buscando personagens. No caso, uma família para viver a história e mesclar o cotidiano deles com o filme”, explica Pretto. Desde 2012, o projeto passou por vários encontros e laboratórios, como o BrLab e o fórum de coprodução do Festival de San Sebastián. Agora, o diretor e a produtora Paola Wink pretendem buscar o complemento do financiamento e encontrar parceiros internacionais. A intenção é iniciar as filmagens no segundo semestre.