Pequeno segredo vai representar Brasil no Oscar

Pequeno segredo vai representar Brasil no Oscar

Thayz Guimarães
12 set 16

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Divulgação

Pequeno segredo: representante do Brasil no Oscar

Pequeno segredo foi escolhido para representar o Brasil na disputa por uma vaga na categoria melhor filme estrangeiro do Oscar 2017. O anúncio foi feito na tarde desta segunda-feira, dia 12, na sede da Cinemateca Brasileira, em São Paulo. O filme de David Schurmann desbancou outros 15 concorrentes, entre eles Aquarius, de Kleber Mendonça Filho, apontado como um dos principais candidatos à vaga.

Com Júlia Lemmertz, Marcello Antony e Maria Flor no elenco principal, Pequeno segredo apresenta três histórias conectadas por um único mistério que envolve os Schurmann, conhecida por ter sido a primeira família a dar a volta ao mundo em um veleiro. Durante anos eles guardaram a história de adoção da pequena Kat, falecida no ano de 2006 em decorrência da Aids.

Em sua página no Facebook, o diretor David Schurmann agradeceu o apoio recebido. “Obrigado a todos os que acreditam nesse filme! Meu profundo respeito a todos os maravilhosos filmes inscritos. Tenham certeza que faremos de tudo e não economizaremos energias para representar nosso país na premiação do Oscar 2017. Obrigado, Obrigado obrigado!”, escreveu.

Pela regra oficial, um filme precisa estrear até o final de setembro para validar sua candidatura ao Oscar. Até o momento, sabe-se que Pequeno segredo será lançado em circuito comercial apenas no dia 10 de novembro, com distribuição da Diamond - mas, segundo a assessoria do filme, já houve uma estreia regional em ao menos uma cidade, o que garantiria sua legitimidade na disputa pelo prêmio. O perfil oficial do filme no Facebook anuncia a estreia para 10 de novembro. No entanto, no anúncio na Cinemateca nesta segunda, a comissão do MinC teria anunciado que o longa estreia em 22 de setembro.

Uma decisão cercada de polêmicas

A escolha do representante brasileiro no Oscar foi cercada de polêmicas desde o início da campanha. Em maio, nas redes sociais, o crítico Marcos Petrucelli, um dos membros da comissão especial do Ministério da Cultura, criticou abertamente a postura da equipe de Aquarius, que antes de sua exibição no Festival de Cannes protestou contra o processo de impeachment no Brasil, apontado por eles como “golpe”.

Em seguida, os diretores Gabriel Mascaro (Boi neon) e Anna Muylaert (Mãe só há uma) anunciaram que não iriam submeter seus filmes à comissão de seleção, em solidariedade a Aquarius e em protesto à parcialidade de Petrucelli. A polêmica não parou por aí e dias depois o cineasta Guilherme Fiúza e a atriz Ingra Lyberato pediram para se desligar da comissão, alegando problemas pessoais. Eles foram substituídos por Carla Camurati (Carlota Joaquina – Princesa do Brazil) e Bruno Barreto (Última parada 174), que assumiu a presidência da sessão de votação.

Além dos diretores Carla Camurati e Bruno Barreto, a comissão especial foi composta pelo produtores Adriana Rattes e Luiz Alberto Rodrigues; o diplomata George Torquato Firmeza; o crítico Marcos Petrucelli; o programador Paulo de Tarso Basto Menelau; as pesquisadoras Silvia Maria Sachs Rabello e Sylvia Regina Bahiense Naves. Todos os membros foram escolhidos pela Secretaria do Audiovisual, chefiada por Alfredo Bertini, diretor e idealizador do Cine PE.