No RioMarket, Globo discute janelas de exibição

No RioMarket, Globo discute janelas de exibição

Thayz Guimarães
07 out 16

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Divulgação

Nada será como antes: episódios antecipados no Globo Play

Com a popularização do vídeo sob demanda no Brasil e no mundo, cresce o debate sobre as janelas de exibição no mercado audiovisual. Como viabilizar a distribuição de um produto em diversas janelas sem perder o valor da obra? Como remunerar de forma adequada os diferentes modelos de exibição, se a pressão pelo encurtamento das janelas é cada vez maior? Erick Brêtas, diretor de mídias digitais da Globo, e Amauri Soares, diretor de programação da emissora, debateram o tema no RioMarket.

Para Amauri, a janela de exibição é o reflexo direto dos hábitos de consumo de uma época específica, ainda que um padrão de consumo não elimine o outro. “É verdade que talvez você queira assistir a uma série de noite, depois da faculdade, sozinho; mas também é verdade que você vai querer assistir à final da Copa do Mundo ou ao capítulo final da novela com os seus amigos”, explicou. O importante, segundo o diretor de programação da Globo, é entender que o consumidor é o referencial.

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Tamanho poder associado ao consumidor também traz grandes desafios para a emissora. Segundo Brêtas, é preciso garantir a sustentabilidade do sistema e o melhor ciclo de vida para cada produto, explorando as diferentes janelas. Entretanto, não pode haver a canibalização de uma janela pela outra. “O mundo é outro. Agora, o consumidor tem muito mais poder, e a pressão é por ciclos cada vez mais curtos. O produtor, o programador ou a indústria não podem mais explorar apenas os modelos que lhe são mais favoráveis. É preciso haver um equilíbrio”, declarou.

Novos rumos

Lançada em agosto de 2015, a Globo Play é uma resposta da Globo ao crescente consumo de video on demand no Brasil. E, apesar de ser um serviço gratuito – também existe a opção de assinatura, sem a exibição de publicidade –, a comparação com a Netflix é inevitável: por meio da plataforma, o consumidor tem acesso a todos os conteúdos exclusivos produzidos pela emissora carioca na hora que quiser, através do celular, tablet, computador ou smartTV.

A Globo já testou novas estratégias em sua plataforma digital para três séries recentes - duas delas no ar. A dramática Justiça teve seus quatro primeiros episódios antecipados no Globo Play, e os demais, publicados diariamente às 18h, antes da exibição linear. Misto de terror com falso reality show, Supermax já teve 11 de seus 12 episódios abertos para os assinantes na plataforma - apenas o último será exibido primeiro na TV; e a trama de época Nada será como antes, no ar às terças-feiras, conta com episódios inéditos lançados na Globo Play toda sexta-feira, quatro dias antes de ir ao ar na TV aberta.

Até o momento, a estratégia tem funcionado. “A recepção foi fenomenal, é nítido o impacto direto no aumento do alcance do produto”, disse Amauri.