Que horas ela volta? é vendido para 22 países

Que horas ela volta? é vendido para 22 países

Thiago Stivaletti
17 jul 15

Imagem destaque

Divulgação

Regina Casé e Michel Joelsas em Que horas ela volta?

Depois do sucesso de O som ao redor e Hoje eu quero voltar sozinho no exterior em 2014, 2015 já tem um filme brasileiro queridinho no exterior. Que horas ela volta?, de Anna Muylaert, em que Regina Casé vive a empregada de uma família rica de São Paulo que precisa lidar com a visita da filha que não vê há anos, começou o ano sendo premiado nos festivais de Sundance e Berlim.

Negociado no mundo todo pela poderosa Match Factory, o longa foi vendido até agora para 22 países – e já estreou em sete antes do Brasil, onde será lançado em 27 de agosto. Na França, onde está em cartaz há duas semanas, o filme ocupou um circuito de 120 salas, número alto para um filme que não é falado em francês ou inglês. Lá, o filme chega esta semana à marca dos 130 mil ingressos, se aproximando da marca de Cidade de Deus no país (155 mil). A lista ainda inclui Itália, Espanha, Austrália, Coreia do Sul e Taiwan, entre outros.

Ao todo, Que horas... – cujo título internacional é The second mother – já acumula mais de US$ 1 milhão nas vendas internacionais. “Vários países compraram para lançar como filme da temporada de verão na Europa. Não é que o Brasil está demorando para estrear; a parte internacional é que foi rápida demais”, comenta o produtor Fabiano Gullane. No Brasil, o filme será lançado pela Pandora.

De olho no Oscar

A Gullane não via um sucesso tão grande de um filme autoral no exterior desde o drama O ano em que meus pais saíram de férias, de Cao Hamburger, em 2006, que foi vendido para 24 países. “Mas naquela época havia mais abertura para o cinema brasileiro. Lançamos no mesmo momento de Tropa de elite, Estômago, O céu de Suely. Logo depois, a crise mundial cerceou a venda de filmes de língua não inglesa no mundo”, lembra Fabiano.

 O produtor agora concentra forças no lançamento nos EUA e no Canadá em setembro, mirando nas indicações ao Oscar e ao Globo de Ouro do ano que vem. É por conta das indicações que o longa estreia no Brasil no final de agosto – pelas regras do Ministério da Cultura, só são elegíveis os longas que estrearem até 30 de setembro.

Nos últimos anos, a Gullane acumulou experiência em lançamentos no exterior com coproduções internacionais. A cartela é diversificada: do autoral Tabu, coprodução portuguesa rodado em preto-e-branco, a Amazônia, documentário de aventura exibido em 3D e vendido para 60 países, que acumulou renda internacional de 2,5 milhões de euros. “Vamos reforçando nosso foco no cinema como um produto globalizado. Os filmes que eu chamo de cross over são os do nosso coração – aqueles que funcionam nos festivais, agradam aos críticos e também vão bem com o público”, resume Fabiano.