Netflix dobra conteúdo brasileiro em quatro anos

Netflix dobra conteúdo brasileiro em quatro anos

Thiago Stivaletti
26 set 16

Imagem destaque

Divulgação

Cena do filme Califórnia, um dos mais votados no Prêmio Netflix

A Netflix faz no próximo dia 5 no Rio a cerimônia de seu Prêmio para o cinema brasileiro comemorando o aumento de conteúdo nacional em sua plataforma. A empresa de streaming tem o hábito de não divulgar números absolutos mas, segundo Amanda Vidigal, gerente de comunicação da Netflix para a América Latina, a plataforma mais que dobrou a oferta de conteúdo local em seu catálogo desde 2013.

Entre os conteúdos nacionais mais acessados hoje estão Carrossel – O filme, lançado no Netflix apenas três meses depois de sua estreia nos cinemas – sua sequência, Carrossel 2: O sumiço de Maria Joaquina, será lançada com a mesma janela, em outubro; e uma versão compacta de 176 capítulos da novela Os dez mandamentos, da Record – o filme, longa brasileiro mais visto do ano nos cinemas, ainda não tem previsão de entrar no catálogo.

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Entre os títulos mais recentes adicionados, estão Chatô – O rei do Brasil e o thriller Mundo cão. Títulos infantis como Galinha pintadinha são bastante acessados, e longas clássicos como Tropa de Elite e Cidade de Deus têm uma demanda permanente, apesar de antigos. “O assinante sempre teve um consumo bem linear de conteúdo nacional. O que cresceu nos últimos anos foi a oferta desse conteúdo, e por consequência o acesso”, afirma Amanda.

A executiva rebate a crítica de que a Netflix demorou para aumentar o seu portfólio de títulos nacionais. “Quando começamos a operar no Brasil em 2011, vários contratos de filmes recentes já estavam pré-estabelecidos com outras operadoras. Leva um tempo natural para uma nova plataforma negociar os seus direitos”, explica. Hoje, a empresa tem contratos para exibição de conteúdos de grandes emissoras como Record, Bandeirantes e Rede TV.

Vitrine para o mundo

A segunda edição do Prêmio Netflix vem cumprir uma dupla função: aumentar a visibilidade de dois longas brasileiros independentes dentro e fora do país. Os dez finalistas saíram de uma pré-seleção dos organizadores do RioMarket, evento de cinema e outras mídias que acontece durante o Festival do Rio, e de uma escolha final da equipe de conteúdo da Netflix.

Três critérios nortearam a escolha: não ter ganhado um circuito comercial relevante nos cinemas, ter sido produzido nos últimos três anos e trazer um pouco da diferença cultural do país em relação ao mundo. “Nossa ideia é trazer ao assinante um conteúdo com características locais, mas com apelo global”, diz Amanda.

Os vencedores ganharão um contrato de no mínimo um ano para distribuição global no Netflix em 190 países. Um dos vencedores sairá de votação do público pela internet, e outro de um júri selecionado. Na primeira, até esta segunda-feira, despontavam como favoritos o drama O último cine drive-in, com 5,3 mil votos; o juvenil Califórnia, com 5,2 mil votos; e o terror Clarisse ou alguma coisa sobre nós dois, com 3,7 mil votos. A premiação, contudo, não será anual – a ideia é que se dê mais tempo para reunir uma amostragem maior da produção independente antes da próxima edição.