Janeiro de 2022 vende 8,7 milhões de ingressos

Janeiro de 2022 vende 8,7 milhões de ingressos

Fabiano Ristow
04 fev 22

Depois de dois anos de ondas de Covid, retomadas, fechamentos, esperanças e incertezas, 2022 começou com indícios de que o aquecimento do setor está consistente.

Janeiro terminou com 8,7 milhões de ingressos vendidos no Brasil, ou R$ 157,6 milhões de renda. Foi uma queda de 43% em relação ao mês anterior (dezembro de 2021), mas a retração se deu mais pela falta de lançamentos fortes do que pela crise da ômicron — apesar de a variante ser uma preocupação grave e atual, claro.

Boa parte da arrecadação de janeiro se deveu à força contínua de Homem-Aranha - Sem volta para casa (Sony), que estreou em 16 de dezembro e que já acumulava 16,7 milhões de público até ontem. Sing 2 (Universal), Pânico (Paramount), Turma da Mônica - Lições (Dt/Paris) e Matrix Ressurrections (Warner) foram os outros quatro filmes que mais contribuíram. As bilheterias dos próximos dias devem aumentar, com a chegada de títulos fortes ao mercado (veja aqui os resultados preliminares).

Quando comparado ao mesmo mês do ano passado, janeiro de 2022 apresenta um cenário ainda mais animador: público e renda mais do que quintuplicaram. Àquela época, vale lembrar, o mercado dava pequenos passos em direção a uma retomada, mas a ameaça da variante Delta, o parque exibidor reduzido (havia cerca de 30% de cinemas a menos) e as limitações de ocupação nas salas ainda impediam o mercado de traçar um prognóstico otimista.

Se ampliarmos a comparação para janeiro de 2020, quando não havia pandemia, ainda estamos praticamente na metade do caminho do chamado "antigo normal" — aquele mês fez 21 milhões de público e R$ 339 milhões de renda. Mas, como Homem-Aranha mostrou, já sabemos ser possível dar a volta por cima.

Nacionais passam de 1 milhão em janeiro

A diferença entre a realidade da pandemia em janeiro de 2021 e de 2022 também explica o market share dos filmes nacionais terem saltado de 4,7% para 13,2%. Foi só a partir de Marighella (Dt/Paris), lançado em novembro, que nosso cinema mostrou que podia figurar nas primeiras posições do ranking por várias semanas. Com isso, puxados por Lições, os longas brasileiros ultrapassaram a marca simbólica de 1 milhão de ingressos vendidos no mês passado. Tô ryca 2 (Dt/Paris) estreou ontem na vice-liderança de público para manter o gás.