França: investimentos em filmes voltam a níveis pré-pandemia

França: investimentos em filmes voltam a níveis pré-pandemia

Redação
30 mar 23

Reflexo de uma dedicação histórica de políticas públicas voltadas ao audiovisual, a França conseguiu atrair US$ 1,28 bilhão de investimentos em longas-metragens em 2022 um número comparável a níveis pré-pandemia. Em 2019, ou seja, antes da chegada da Covid-19, foram investidos US$ 1,21 bilhão em longas franceses. 

O relatório foi divulgado nesta quarta-feira, 29, pela agência Centro Nacional do Cinema (CNC), uma espécie de Ancine de lá. Os valores são baseados em filmes registrados na entidade.

Aumento de coproduções

O crescimento dos investimentos no ano passado é fruto, em grande parte, do aumento no número de coproduções internacionais. Ou seja, o dinheiro com origem local diminuiu, mas a participação de outros países nas produções foi ampliado.

Dos 287 longas registrados na CNC em 2022 (uma quantidade compatível com a média de 288 da última década, diga-se de passagem), 208 tiveram participação majoritária da França uma retração de 10,7% em relação à média entre 2017 e 2019. Ao todo, a França foi responsável por cerca de US$ 993,9 milhões investidos, enquanto outros territórios entraram com US$ 308,5 milhões. 

Divulgação
'Dogman', de Luc Besson

"Pela primeira vez desde 2003, metade dos filmes aprovados (50,2%) são coproduções", afirma o relatório.

A parceria entre França e outros países permitiu que os orçamentos dos longas atingissem uma média de US$ 4,78 milhões, o maior valor desde 2016. Quatro produções chegaram a ter orçamento superior a US$ 21 milhões: Ladybug & Cat Noir awakening, de Jeremy Zag, Life for real, de Dany Boon, Jeanne du Barry, de Maïwenn, e Dogman, de Luc Besson.

Regulação do streaming e a participação das plataformas

Um fator interessante a se notar é que o streaming e os canais de televisão são regulamentados na França e precisam converter parte de sua arrecadação para o cinema. Assim, os dois setores foram responsáveis por 29,7% de todo o investimento no setor. Só as plataformas de streaming investiram US$ 22 milhões em 17 filmes com participação majoritária da França.

A Disney+, por exemplo, bancou, parcialmente, quatro longas; a Netflix, oito; e a Amazon, cinco.

Já os fundos públicos, administrados pela CNC, corresponderam a 7,9% dos investimentos.