Diretor de Power Rangers quer vir ao Brasil

Diretor de Power Rangers quer vir ao Brasil

Thayz Guimarães, de San Diego
24 jul 16

Imagem destaque

Entertainment Weekly

Novo visual dos Power Rangers divulgado pela revista Entertainment Weekly

Sul-africano de origem e com apenas um longa-metragem de baixo-orçamento em sua carreira –  Projeto almanaque (2015), que vendeu pouco mais de US$ 33 milhões no mundo a um custo de US$ 12 milhões de produção –, o jovem cineasta Dean Israelite tem em suas mãos uma tarefa bastante audaciosa: após 20 anos de hiato, retomar a história dos Power Rangers na tela grande. O filme está sendo produzido pelos estúdios Lionsgate, com previsão de lançamento para 2017, e já tem seis continuações confirmadas.

Em San Diego, durante a Comic-Con, o diretor falou com exclusividade ao Filme B sobre as dificuldades e as expectativas em torno da retomada da franquia, e como ele conseguiu vencer a acirrada disputa pela direção do novo Power Rangers. Ele também comentou a polêmica em torno do novo visual da personagem Rita Repulsa e disse que gostaria muito de participar da Comic Con do Brasil, em dezembro.

Projeto almanaque foi o seu primeiro longa-metragem, em 2015, e agora você tem esta grande oportunidade de dirigir um filme como Power Rangers. Você poderia falar um pouco sobre a sua história com este projeto?

Tudo começou porque os produtores e o estúdio [Lionsgate] gostaram muito do Projeto almanaque, então acabei me tornando uma possibilidade para dirigir o grande projeto no qual eles estavam trabalhando. Na época eles não estavam muito preocupados ainda em ver para quem iriam dar o roteiro, mas a disputa era acirrada. Então decidi preparar uma apresentação enorme, que na verdade havia sido pensada para Projeto almanaque 2, e anexei essa grande apresentação para ilustrar o meu ponto de vista sobre o filme, como e em que tom eu abordaria a história. Eu realmente demonstrei a eles como eu traria o filme à vida. Eles ficaram muito animados com a minha ideia e me deram o filme.

Qual a diferença entre dirigir um filme de orçamento enxuto, como Projeto Almanaque, e uma superprodução, como Power Rangers?

A diferença é a complexidade do trabalho e a quantidade de coisas novas que você precisa aprender. Em Projeto almanaque, éramos poucas pessoas trabalhando no estúdio e tivemos pouquíssimas sequências de ação. Já num projeto de grande orçamento, há muitas cenas com efeitos visuais, e você tem mais tempo de preparação antes de começar a rodar o filme de fato. Você também conta com o suporte de pessoas que estão na indústria do cinema há pelo menos 20 anos, e eles conversam com você de uma forma tão complexa que você precisa aprender muito rápido, senão não consegue se inserir naquela cadeia de produção como deveria. Há muitas variáveis na realização de um filme de grandes dimensões, e é isto que o torna mais complexo de ser feito.

Power Rangers foi um grande sucesso nos anos 90. Por que retomar a franquia somente agora?

Há uma grande oportunidade neste projeto para atualizar e reinventar a marca, trazendo a história para uma audiência contemporânea, que está crescendo num momento de grande fortalecimento dos filmes de super-herói. Power Rangers possui o seu próprio universo e, assim como tantas outras histórias de comic books, merece ter espaço na tela grande e ter sua história atualizada e reinventada.

Você e a Lionsgate não têm receio de que o retorno da franquia possa ser baixo devido ao gap entre a série original e o lançamento deste novo filme?

De forma alguma. Na verdade, nós estamos muito animados com este projeto. Tenho cerca de 30 anos e cresci assistindo aos Power Rangers. Quero fazer um filme que eu iria assistir nos cinemas, um filme que o público assista ao trailer e lembre de quanto ele costuma amar os Power Rangers.

O que o público pode esperar do filme? E qual a diferença entre ele e o original de 1995?

Nós atualizamos a história, trouxemos para o presente, e acredito que conseguimos fazer isso de forma mais madura e sofisticada. Tentamos usar ao máximo tecnologias de ponta e contamos com uma equipe técnica incrível. A ideia é tornar o filme relevante tanto para um novo público quanto para os fãs.

Mas, recentemente, a divulgação de uma foto da atriz Elizabeth Banks vestida com o novo visual da vilã Rita Repulsa causou furor na internet, por ser muito diferente do que os fãs estavam acostumados...

Tudo o que nós produzimos para o filme foi pensado de forma a reinventar o original. E em se tratando especificamente do visual de Rita Repulsa, quando vocês assistirem ao filme, verão que faz muito sentido toda essa mudança de design que nós propomos para as roupas da personagem. É tudo o que posso dizer por enquanto.

A Lionsgate já confirmou mais seis filmes para a franquia Power Rangers. Você também já está confirmado para dirigi-los?

Estamos conversando sobre isso ainda.

Os Power Rangers possuem uma base de fãs muito grande no Brasil. Há a possibilidade de o país ser incluído na rota de divulgação do filme?

Eu espero que sim, seria fantástico. Ouvi dizer que vocês têm uma Comic-Con enorme em dezembro. Temos que ver o que irá acontecer, mas será incrível se pudermos ir. Estou bastante animado com essa possibilidade.

Além de Power Rangers, você já tem outro projeto em vista?

Não, neste momento estou completamente focado em terminar este filme.

Power Rangers – O filme estreia em 23 de março de 2017 no Brasil, via Paris Filmes.