Variety lista as 'crises' do cinema em 2015

Variety lista as 'crises' do cinema em 2015

Redação
10 dez 15

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Divulgação

Cena de Tomorrowland

Em sua última edição, a revista Variety publicou uma reportagem elencando cinco motivos pelos quais a indústria do cinema “está perdendo o sono”.

No artigo, o repórter Brant Lang menciona a crise do cinema independente nos EUA. Este ano, filmes como Dope e Eu, você e a garota que vai morrer saíram consagrados de Sundance e ganharam prêmios em grandes festivais internacionais, mas foram fracassos de bilheteria doméstica – US$ 17 milhões e US$ 7 milhões, respectivamente. O efeito já foi sentido no Festival de Toronto, no qual os distribuidores desta vez preferiram segurar seus lançamentos menores. Também há menos compradores de peso para esse tipo de filme hoje no mercado americano, com a falência da Relativity Media e a decisão da Weinstein Company de cortar pela metade o número de novas aquisições.

Estrelas apagadas

Norma Desmond, a diva decadente do filme Crepúsculo dos deuses (1950), de Billy Wilder, dizia que as estrelas são grandes; os filmes é que ficaram pequenos. Em 2015, nem as estrelas parecem tão grandes assim. Ao menos três astros viram projetos comerciais muito caros naufragarem: George Clooney com Tomorrowland – Um lugar onde nada é impossível (US$ 93 milhões nos EUA), Channing Tatum com O destino de Júpiter (US$ 47 milhões) e Adam Sandler com Pixels (US$ 78 milhões). A diminuição do poder do star system ameaça uma instituição de Hollywood: os projetos pessoais das grandes estrelas. Se projetos comerciais de Sandra Bullock e Angelina Jolie não forem bem, os estúdios terão cada vez menos disposição de investir em projetos arriscados comercialmente como Especialista em crise, da primeira (US$ 7 milhões nos EUA), ou À beira mar, da segunda (US$ 535 mil até agora).

Perdendo a graça

Um terceiro fator citado pela revista é a queda de público das comédias R-rated, que abusam de palavrões e cenas escatológicas. Com a exceção de Descompensada (US$ 110 milhões nos EUA), longas como o reboot de Férias frustradas (US$ 59 milhões), Ted 2 (US$ 81 milhões) e Sexo, drogas e Jingle Bells (US$ 33 milhões) tiveram resultado abaixo do esperado. Nenhum deles alcançou os números de Anjos da lei 2 (US$ 191 milhões) e Vizinhos (US$ 150 milhões) em 2014.

Os piores do ano

O artigo lembra que, por um lado, 2015 está sendo um ano de números estratosféricos, com ao menos cinco filmes superando marca global de US$ 1 bilhão e com duas das maiores aberturas da história (Jurassic World e Vingadores: Era de Ultron). Mas citou ao menos quatro filmes que tiveram, segundo a revista, algumas das piores aberturas da história nos EUA: Pegando fogo (abertura de US$ 5 milhões), Victor Frankenstein (US$ 5 milhões), Jem e as Hologramas (US$ 1,4 milhão) e a comédia Rock the kasbah, com Bill Murray (US$ 1,5 milhão). Sem falar em filmes de perfil  mais adulto que falharam com o pré-lançamento em circuito limitado nos EUA, como Steve Jobs e A travessia - US$ 7 milhões e US$ 3,7 milhões na abertura expandida, respectivamente.