Filmes de Adam Sandler vão melhor no Brasil

Filmes de Adam Sandler vão melhor no Brasil

Thiago Stivaletti
28 jul 15

Imagem destaque

Adam Sandler em Pixels

Com o resultado bem abaixo do esperado para Pixels nos EUA no último fim de semana, a imprensa especializada começou a especular se o astro Adam Sandler ainda teria potencial para levar um grande público ao cinema.

Mas Pixels evidenciou mais uma vez que seu apelo entre o público latino-americano ainda é grande, e o desempenho de seus filmes ainda é bastante superior por aqui. Se nos EUA Pixels teve uma abertura fraca de US$ 24 milhões para um filme com orçamento de US$ 88 milhões, no Brasil o desempenho foi satisfatório – líder da semana, com R$ 10,3 milhões arrecadados.

A mesma diferença pôde ser sentida em seus filmes anteriores. A comédia independente Trocando os pés foi lançada em março nos EUA num circuito limitado de 20 salas, fazendo apenas US$ 24 mil – a menor bilheteria da carreira de Sandler. Já no Brasil, a Imagem lançou o filme em maio com um circuito nada desprezível de 324 salas, fazendo uma renda de R$ 3,9 milhões.

Outro exemplo é Juntos e misturados (2014), da Warner, seu terceiro filme com Drew Barrymore. Nos EUA, a bilheteria decepcionou, com US$ 46 milhões. No Brasil, o filme arrecadou R$ 23 milhões, quase chegando à marca dos 2 milhões de espectadores e uma excelente média de público por sala (1.557).

Volta por cima

Reportagem da Variety analisou possíveis motivos para a perda de empatia do astro com os americanos. O público que cresceu com ele nos anos 90 parece não mais segui-lo – seus último longas classificados com R (restrito), de foco mais adulto, tiveram os piores resultados entre seus projetos mais recentes. Na abertura nos EUA, Pixels atingiu um público muito jovem – 62% tinham menos de 25 anos.

Por outro lado, é preciso lembrar que ao longo dos anos Sandler mostrou grande resiliência depois de seus fracassos. Os maus desempenhos sempre se alternaram com os bons resultados no mercado doméstico, como A herança de mr. Deeds (US$ 136 milhões) e Gente grande 2 (US$ 133 milhões).

Luz no fim do túnel

Além da América Latina, a Sony conta com outros mercados onde Pixels pode ir bem melhor que nos EUA. Tendo o China Film  Group como um dos investidores, o filme deve ter garantido um grande circuito na China em setembro. Também é esperado um ótimo resultado no Japão, onde o público é notoriamente mais fanático do que a média quando o assunto é videogame.

O mau desempenho de Pixels nos EUA fez com que a imprensa questionasse o acordo de quatro longas-metragens que Sandler fechou com a Netflix – o primeiro, a comédia The ridiculous six, deve estrear on line no dia 11 de dezembro sem passar pelos cinemas. Ted Sarandos, CCO da Netflix, foi categórico: “Não sinto que eu tenha que defender Sandler. Fechamos o acordo porque ele é uma estrela internacional imensa”, definiu. Que o digam os resultados brasileiros de seus filmes.