Ingressos vendidos na China têm alta de 35,6%

Ingressos vendidos na China têm alta de 35,6%

Thiago Stivaletti, de Cannes
21 mai 15

A China continua dando as cartas no crescimento global da indústria do cinema. A última prova de força veio com os novos números do Observatório Europeu do Audiovisual (OBS), divulgados durante o Festival de Cannes. O tradicional relatório com os dados de desempenho do mercado cinematográfico no mundo todo mostra o país asiático com a maior alta na venda de ingressos tanto no último ano (35,6%) quanto na média dos últimos cinco anos (30,1%).

O estudo mostra os maiores mercados do mundo em venda de ingressos, lista encabeçada pela Índia, onde salas digitais de alta qualidade convivem com um padrão bastante disseminado de cinemas populares com equipamentos precários e preços mais baixos. A frequência aos cinemas no país, no entanto, está em declínio (-3,9% no último ano). O segundo mercado em público (primeiro em renda), que engloba Estados Unidos e Canadá, também tem encolhido. Em cinco anos, caiu a uma média de 1,4% ao ano, com decréscimo mais acentuado em 2014, de 5,2%.

A China teve um crescimento astronômico no quinquênio, de 290 milhões de espectadores em 2010 para 830 milhões em 2014. A explosão é resultado não só da expansão acelerada do parque exibidor como da recente política de flexibilização das cotas de lançamentos de Hollywood no país. O México também tem experimentado altas recentes, ao ritmo de 6,1%, embora o ano passado tenha sido atípico, com queda de 3,2%. É o único país latinoamericano a fazer companhia ao Brasil na lista.

O mercado brasileiro, o nono em bilheteria, segundo o relatório - dados do Filme B, com uma diferença de 1 milhão de espectadores para mais, mostram o país empatado com o Reino Unido -, também apresenta crescimento constante. Foi uma média de 3,7% em cinco anos, com um índice igual em 2014. O Brasil não aparece em outros top 10 divulgados pelo OBS, como arrecadação de bilheteria, número de telas e número de longas-metragens produzidos.

Ainda digno de nota, estão os mercados da Coreia do Sul e França. O primeiro tem se desenvolvido a um compasso de 10% ao ano desde 2010, mas em 2014 esfriou sua escalada a 0,8%. Os ingressos do mercado francês, embora não tenha enfrentado altas expressivas na média do quinquênio, tiveram um crescimento de 7,6% no ano passado.