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Competição desacelera assinaturas da Netflix

Competição desacelera assinaturas da Netflix

Redação
21 jan 22

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Divulgação

Round 6, da Netflix

O crescimento da Netflix no último trimestre de 2021 ficou abaixo do esperado, informou a empresa nesta quinta-feira, 20. A gigante do streaming somou 8,3 milhões de novos assinantes ao redor do mundo, quando a expectativa era de pelo menos de 8,5 milhões. A notícia fez as ações da plataforma despencarem 20% ao fim do dia.

O interessante desses números é que, para além de um mero informe sobre o balanço financeiro e a quantidade de clientes, eles revelam um panorama muito mais amplo sobre o estado atual da guerra global de streaming.

90% das assinaturas vieram de fora dos EUA

A informação mais importante é que a Netflix, hoje, tem um futuro mais promissor fora dos EUA. Cerca de 90% das novas assinaturas vieram de territórios internacionais — Ásia, Europa, Oriente Médio e África. O sucesso de Round 6, a série mais vista da história da plataforma, foi a grande responsável por isso.

Em conversa com investidores, o diretor financeiro Spencer Neumann tentou minimizar os resultados. Ele admitiu não saber explicar o motivo exato pelo qual as assinaturas estagnaram nos EUA, mas prevê uma "trajetória forte porque as pessoas vão migrar da programação linear para o streaming entre dez e 20 anos."

Competição com TV paga

Em outras palavras, o executivo vê como competição não apenas outras plataformas de streaming, mas também a TV paga. De todo o tempo gasto pelos americanos em frente à TV, por exemplo, menos de 10% é dedicado à Netflix. 

E, embora a TV realmente esteja perdendo assinantes em todo o mundo, ainda é um setor forte em muitos territórios, principalmente na América Latina, que o site Deadline aponta como continente em que as plataformas podem ter mais dificuldade para ampliar sua fatia de mercado. No Brasil, conforme mostrou a Filme B, as assinaturas de televisão ainda mobilizam, mensalmente, cerca de R$ 1,8 bilhão.

Valor das assinaturas sofre alteração pelo mundo

Em dezembro, numa tentativa de se tornar mais competitiva, a Netflix reduziu o preço das assinaturas na Índia. "Isso foi uma estratégia bem singular, porque na Índia o valor da televisão paga é muito baixo", afirma um trecho do comunicado enviado ontem a investidores.

Nos EUA, por mais contraditório que pareça, a estratégia foi a oposta: a Netflix acaba de aumentar o valor da assinatura, e, agora, o plano mais básico será mais caro que a HBO Max — que fechou o último trimestre de 2021 com 4,4 milhões de novos assinantes, ficando acima da expectativa do mercado. Em outras palavras, a Netflix parece confiante de que os americanos vão arcar com o custo adicional desde que lhes seja oferecido um catálogo satisfatório.

Netflix domina ranking de séries, mas perde em filmes

Segundo a Nielsen, 12 das 15 séries originais mais vistas de 2021 entre todas as plataformas nos EUA são da Netflix, com Lúcifer e Round 6 na liderança. Entre as séries licenciadas, 13 de 15 são exibidas pela empresa (Criminal minds ficou em primeiro).

A Netflix só perde espaço expressivo na lista de filmes. Neste quesito, a Disney+ dominou 2011 com 11 títulos, liderados por Luca, Moana e Raya e o último dragão.