Cinépolis Lagoon fecha as portas no Rio

Cinépolis Lagoon fecha as portas no Rio

Fabiano Ristow e Paulo Sérgio Almeida
11 jan 22

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Filme B

Luiz Gonzaga, da Cinépolis

Depois de mais de uma década como um dos mais icônicos cinemas do Rio, o Cinépolis Lagoon fecha as portas permanentemente a partir desta quarta-feira, 12. O complexo de seis salas não resistiu a uma série de crises, que culminou na pandemia e na ameaça de despejo da concessionária que administra o espaço.

"É uma pena, porque o Cinépolis Lagoon foi palco de eventos importantes, como a Première Brasil, do Festival do Rio, e a primeira avant-première mundial de um blockbuster realizada na América Latina, do filme Rio. Mas tornou-se insustentável manter uma unidade deste porte", diz Luiz Gonzaga Assis De Luca, presidente da Cinépolis no Brasil, à Filme B.

Crises ao longo da década

O executivo conta que quase metade da existência do Cinépolis Lagoon foi atravessada por crises, desde o fechamento das salas por causa das Olimpíadas, em 2016, até a chegada da pandemia, passando pela interrupção das atividades de lojas e restaurantes do shopping Lagoon e por preocupações de segurança pública — o assassinato de um ciclista na região, em 2015, prejudicou fortemente a movimentação na área, lembra o exibidor.

Reprodução
Cinépolis Lagoon

Insegurança jurídica

O estopim foi o fim do contrato entre a Glen Entertainment, que tem a concessão do espaço, e o governo do estado, proprietário do Estádio de Remo da Lagoa, onde funciona o cinema. A empresa ainda tenta negociar a ameaça de despejo, mas o imbróglio criou uma insegurança jurídica para a manutenção de investimentos no cinema.

"A verdade é que, entre um percalço e outro, o complexo passou a dar prejuízo, e muitas pessoas sequer sabiam se o cinema estava aberto", afirma Gonzaga, ressaltando que o fechamento da unidade do Lagoon é um caso isolado e que o resto da rede segue funcionando normalmente.

Hoje, a Cinépolis tem outros 58 complexos espalhados pelo Brasil.