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Database Brasil 2005  

Introdução


Antes de tudo, as novidades.

Pela primeira vez, o Database Brasil, que chega à sua sexta edição, publica a relação mais completa possível dos municípios que possuem salas de cinema no Brasil. Por meio de um levantamento exaustivo e de um trabalho de checagem feito em conjunto pelo Filme B e pelo Plantão de Rendas (serviço diário de coleta de rendas nos cinemas), a partir da base de dados do Sindicato dos Distribuidores do Rio de Janeiro, chegamos a um total de 454 municípios equipados com salas de cinema no país. Foi um trabalho que durou mais de dois meses e que incluiu, quase sempre, um contato direto com exibidores ou com as prefeituras dos municípios em questão.

A partir dessa nova lista, mais completa e atualizada, será possível fazer um acompanhamento direto e mais apurado da evolução do número de salas no Brasil, no sentido de contabilizar tanto as salas que são construídas como as que encerram suas atividades ao longo de cada ano.

Outra novidade importante é que houve uma alteração de critério: passaram a ser considerados multiplex os complexos com quatro salas ou mais. Antes, considerávamos apenas os cinemas com seis ou mais salas. Essa nova classificação altera a configuração de algumas tabelas em relação aos anos anteriores, mas, ao mesmo tempo, responde melhor à realidade do mercado brasileiro, atendendo a uma reivindicação que partiu dos próprios exibidores.

Agora, vamos ao balanço do ano.

Três outros aspectos importantes movimentaram o conjunto da atividade cinematográfica no Brasil em 2004.

Em 2005, pela primeira vez em todo o período da retomada, um filme brasileiro liderou o ranking geral do ano. Dois filhos de Francisco – A história de Zezé Di Camargo e Luciano, de Breno Silveira – uma co-produção da Conspiração Filmes, Globo Filmes e Sony (Columbia) – estreou no dia 19 de agosto para cumprir carreira de enorme sucesso. Com mais de 5,3 milhões de espectadores e uma arrecadação de R$ 36,7 milhões, o filme ficou à frente de blockbusters como Madagascar (público de 4,3 milhões), Os incríveis (4,2 milhões) e Harry Potter e o cálice de fogo (4,2 milhões), além de ter se tornado o campeão da retomada, superando o líder anterior, Carandiru, que fez 4,6 milhões de espectadores em 2003.

Para o mercado de cinema em geral, no entanto, o ano de 2005 foi marcado pela primeira queda de público e renda depois de cinco anos de crescimento contínuo. Enquanto, em 2004, o total de ingressos vendidos chegou a 114,5 milhões e a arrecadação de bilheteria foi a R$ 765 milhões, em 2005, o público e a renda sofreram quedas respectivas de 22% e 16% (89,7 milhões de ingressos vendidos, que geraram renda de R$ 645 milhões). O preço médio do ingresso, por sua vez, subiu 7% e ultrapassou R$ 7.

O sucesso isolado de Dois filhos de Francisco não foi suficiente para reverter o quadro de baixa para as produções nacionais, que tiveram um desempenho de público 35% inferior em relação a 2004. O filme representou, sozinho, 50% do total de público dos títulos brasileiros, e seu público foi mais de quatro vezes maior que o do segundo colocado do ranking (Xuxa e o tesouro da cidade perdida, com 1,3 milhão de espectadores). Em relação ao arket share, no entanto, o desempenho de Dois filhos... foi essencial para que o filme nacional ficasse com uma fatia de 12% do mercado, apenas dois pontos percentuais abaixo de sua participação em 2004.

A queda de público que afetou o mercado brasileiro não foi um fenômeno isolado – atingiu também os Estados Unidos e todos os países que dependem da safra hollywoodiana. Os profissionais do mercado e das revistas especializadas dividiram-se entre os que creditam a queda a uma questão sazonal, de safra, e aqueles que viram o início de uma crise estrutural do cinema, que estaria enfrentando a competição pesada do entretenimento caseiro (principalmente o DVD) e da pirataria.




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