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Database Brasil 2004  

Introdução


Ao longo de 2004, o mercado de cinema no Brasil deu continuidade ao processo de expansão que vem se estendendo pelos últimos cinco anos, período em que o público cresceu cerca de 60%.

Neste ano que, segundo critérios do banco de dados do Sindicato dos Distribuidores, no qual nos baseamos, contou com uma semana a mais (ou seja, 53 semanas cinematográficas, pois dia 31 de dezembro caiu numa sexta-feira), 114,7 milhões de ingressos foram vendidos, uma alta de 11% em relação a 2003. É importante lembrar que, ao atingir 102,9 milhões de espectadores em 2003, o mercado voltou ao patamar de 100 milhões, que não era alcançado desde o fim da década de 1980. A renda total de 2004, de R$ 766,9 milhões, foi 18% superior à de 2003.

Mais uma vez, parte desse crescimento deve ser creditado à expansão do circuito exibidor, que vem se recuperando desde 1997 e, nos últimos anos, voltou a ocupar municípios que tiveram suas salas fechadas. Segundo levantamento do cadastro de exibidores feito pela Filme B, o ano de 2004 fechou com um total de 1.997 salas, 180 a mais do que no ano anterior (+ 10%), chegando à mesma quantidade de cinemas existentes no Brasil no começo da década de 1980.

Ao contrário de 2003, quando o cinema nacional foi o principal responsável pelo crescimento do público, em 2004 o mercado foi puxado pelo filme estrangeiro, com destaque para a forte safra de filmes norte-americanos. Com marcas fortes como Homem-aranha 2, O senhor dos anéis 3, Shrek 2 e Harry Potter 3, além de surpresas como Paixão de Cristo, o público dos estrangeiros chegou a 98,3 milhões, 22% a mais que em 2003.

Nesse contexto geral de expansão, o cinema nacional, como já era esperado, não conseguiu sustentar seus resultados. Em 2004 as produções brasileiras fecharam com 16,4 milhões de espectadores, ou 14,3% de market share. Apesar da queda em relação a 2003, quando o público chegou a 22 milhões e o market share foi de 21,4%, o novo percentual está longe de ser um retrocesso: ele representa o segundo melhor resultado de toda a retomada. Os dois filmes mais vistos do ano foram Cazuza: O tempo não pára e Olga, ambos com pouco mais de três milhões de espectadores.

Três outros aspectos importantes movimentaram o conjunto da atividade cinematográfica no Brasil em 2004.

O primeiro foi a discussão política, com a tentativa do governo de transformar a Agência Nacional de Cinema em Agência Nacional do Cinema e do Audiovisual (Ancinav). Depois da polêmica causada pelo projeto que incluía novas taxas para exibidores e distribuidores, bem como a regulação da participação da TV no financiamento de longas-metragens, o governo recuou para, antes, rediscutir por completo a legislação de comunicação no Brasil.

Em segundo lugar, o BNDES anunciou um programa de financiamento para a construção de salas de cinema no país, que se tornou uma área prioritária do banco. A exibição, até agora, era o único setor da indústria cinematográfica que não contava com suporte governamental e cresceu única e exclusivamente graças a investimentos privados. Ainda há dúvidas se o sistema irá funcionar de fato, mas, caso entre em operação efetiva, poderá acelerar o crescimento de salas para que o Brasil diminua o número de municípios que não têm sequer uma sala de cinema e atinja a marca ideal de três mil salas.

A terceira novidade do ano foi o boom da exibição digital: existem, hoje, 81 salas equipadas com projeção digital no país. Duas empresas lideram esse movimento: a TeleImage e a Rain Networks, que apresentam modelos de tecnologia e de negócios diferentes. A Teleimage concentra seu trabalho em busca da alta definição, para poder trabalhar com os principais filmes das majors e com as exigências de Hollywood. Já a Rain Networks visa à implantação de equipamentos de qualidade que possibilitem a projeção de filmes independentes realizados com tecnologia digital e que ampliem as possibilidades da exploração publicitária nas salas.




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