Para BNDES, audiovisual rema contra crise

Para BNDES, audiovisual rema contra crise

Thiago Stivaletti
10 mar 16

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Divulgação

Luciane: VoD é um dos caminhos promissores hoje

Com R$ 726 milhões em recursos próprios investidos no setor audiovisual nos últimos dez anos - dos quais R$ 180 milhões na digitalização do parque exibidor -, o BNDES deve continuar provendo financiamento para o setor audiovisual, e está confiante que o setor vai superar a crise econômica, podendo até ser o motor anticíclico em meio à turbulência.

Mas três grandes desafios se impõem nos próximos anos: uma ampliação da infraestrutura; a regulação de novas plataformas e modelos de negócios; e novas medidas para capitalização, gestão e governança do setor.

As conclusões são de Luciane Gorgulho, chefe do departamento de economia da cultura do BNDES, em apresentação no RioContentMarket nesta quarta, dia 10. "Precisamos ter no Brasil uma ação mais efetiva para ampliação de infraestrutura, com a construção de mais salas, estúdios de produção e laboratórios. Essa questão pode se tornar um gargalo com o tempo", afirmou.

VoD e games: tendência de crescimento 

Entre as tendências e oportunidades para os próximos anos, Luciane destacou os mais de 30 serviços de VoD já operantes no Brasil, que aumentam o espaço para a veiculação de conteúdo nacional. Ela também apontou um setor que cresce muito acima da média do entretenimento: o de games, que movimenta US$ 1,5 bilhão por ano, colocando o país como o 11° maior mercado do mundo nessa área. "Temos potencial para ser um grande polo de desenvolvimento de games", afirmou.

Luciane apresentou diversos números que demonstraram a vitalidade do setor frente ao restante da economia. De R$ 9,9 bilhões adicionados pelo audiovisual na economia em 2008, chegou-se a US$ 22,2 bilhões em 2013. Enquanto o audiovisual cresceu em média 8,8% ao ano no último decênio, a alta média dos outros setores da economia foi de 2,8%.

A venda de ingressos de cinema cresceu 53% de 2010 a 2015; já o volume movimentado pela indústria de veículos, por exemplo, encolheu 26%. Ainda que muito pequena, a parcela do audiovisual no PIB brasileiro subiu de 0,38% em 2007 a 0,54% em 2013.