RioMarket discute gargalo dos filmes nos cinemas

RioMarket discute gargalo dos filmes nos cinemas

Thayz Guimarães
08 out 15

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Com o avanço da digitalização, todos os anos são realizados cerca de 2,5 mil longas-metragens no mundo ocidental. Mas, desse total, apenas uma pequena parcela é exibida nos cinemas. O problema, segundo Marcos Oliveira, diretor de operações da Diamond Filmes, é fruto não apenas do aumento constante da oferta de títulos, mas também da capacidade de exibição dos circuitos comerciais. “Ainda não há meios de assimilar todo esse conteúdo, o que torna o aumento do volume de produção dramático”, declarou, em debate no RioMarket.

Para Valmir Fernandes, presidente da Cinemark Internacional, a solução mais óbvia seria o aumento constante do número de cinemas no país. Isso, no entanto, não garantiria a diversidade da programação. “É muito difícil entender a realidade do mercado. Um mercado com mais salas, na teoria, seria mais diversificado, e não é. Independente do tamanho do circuito, existe o padrão de lançamento do mercado, que privilegia um tipo ou outro de filme”.

Muitos filmes, poucas salas

Por outro lado, o processo de digitalização, em fase final no país, também contribui para a flexibilidade da programação. Como afirmou Walkíria Barbosa, diretora do RioMarket, “O exibidor pode montar uma programação diferenciada, com filmes que normalmente não entrariam no circuito”. Mas Valmir considera que o gargalo continua o mesmo, já que cada sala brasileira tem que comportar cerca de 2,7 filmes por semana. “Ainda estamos diante daquele grande nó: o que entra e o que sai? É uma luta semanal”, ele reiterou.

O presidente da Cinemark Internacional disse ainda que a janela cinema não deve ser considerada como a única ou a principal opção para o lançamento de um filme, e que a expansão do circuito de arte e o investimento no VoD como primeira janela podem ser excelentes opções para filmes médios e alternativos, sem prejuízo para as redes de cinema. “Não vejo os cinemas alternativos como concorrentes. Pelo contrário, eles aliviam a pressão sobre os multiplex. Mas tem que haver incentivo público para que esse mercado cresça”, justificou.