Ventana Sur vai discutir Realidade Virtual

Ventana Sur vai discutir Realidade Virtual

Redação
28 nov 16

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Divulgação

Ricardo Darín no novo thriller Nieve negra

Começa nesta terça e vai até o dia 3 em Buenos Aires o Ventana Sur, o maior evento do mercado audiovisual da América Latina. O evento reúne a cada ano cerca de 3 mil credenciados, entre eles 300 agentes de compra e venda de filmes do mundo todo, de olho nas novidades produzidas no continente.

Uma das grandes novidades do ano é a criação da Trends, seção dedicada a conferências, sessões e pitchings de projetos ligados a novas tecnologias, como a Realidade Virtual e o 4D. Haverá conferências sobre as tecnologias de produção de filmes em 180 e 360 graus, e uma dedicada às novas plataformas de VOD voltadas para nichos de mercado – confira a programação. “Ninguém sabe ainda como a Realidade Virtual vai impactar o cinema ou ser aproveitada por ele. Mas ela não pode mais ser ignorada por produtores e diretores. Muitos querem explorar a nova tecnologia”, disse à Variety um dos diretores do Ventana, Jerome Paillard.

Harpão e rifle

Além da já tradicional Primer Corte, que exibe para o mercado primeiras versões de filmes ainda em finalização, o Ventana criou outra seção, a Copia Cero (Cópia Zero), para filmes já finalizados mas que ainda não circularam nos grandes festivais. As sessões são exclusivas para agentes de mercado. Entre as atrações, está o western brasileiro Rifle, de Davi Pretto, que competiu no Festival de Brasília; e Harpão, primeiro filme do argentino Tomás Espinoza, sobre um professor que tenta vender uma aluna de dez anos a uma rede de prostituição infantil.

O Films from Rio, projeto de capacitação de produtores e internacionalização de filmes, vai apresentar no Ventana alguns de seus novos projetos, entre eles Vozes, da Migdal Filmes, cruzamento das histórias de diversos personagens que moram no Rio, com direção de Felipe Sholl (premiado no Festival do Rio com Fala comigo); e Clamor, de Malu de Martino, sobre uma célula antimilitar criada em 1978, com roteiro da chilena Domingas Sotomayor.

E há, claro, sempre o novo filme estrelado por Ricardo Darín. Neste ano, o festival terá première do thriller Nieve negra, sobre o reencontro de dois irmãos anos depois de um deles ter sido acusado de matar o terceiro irmão. A Disney lança o filme na Argentina no dia 19 de janeiro.

Mais filmes e mais receita

Nos últimos anos, os maiores países da América Latina têm entregado números crescentes tanto na produção de novos filmes como nas receitas de bilheteria. A soma dos longas produzidos nos oito maiores países do continente chegou a 535 em 2015, um crescimento de 11,9% em relação ao ano anterior, segundo dados da Comscore. A receita total com bilheteria no ano passado teve alta de 26,2% na Argentina, 13,4% no Brasil, 10,5% no México e 7,4% na Colômbia.

Uma das grandes expectativas dos agentes de mercado que frequentam o Ventana é se o evento revelará algum filme latino-americano com potencial de mercado internacional. Nos últimos anos, filmes como os argentinos Relatos selvagens e O clã fizeram uma bilheteria mundial mais do que satisfatória e chegaram ao Oscar.

Nos próximos meses, o mercado vai acompanhar com lupa o desempenho de produções como o chileno Neruda, de Pablo Larraín, com Gael García Bernal, que começa a estrear em diversos países após ser lançado em Cannes; La cordillera, novo longa do argentino Santiago Mitre (do drama Paulina); ou Zama, coprodução Argentina-Brasil dirigida por Lucrécia Martel.

Saiba mais sobre as atrações do Ventana Sur no site do festival.