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Apesar de representarem baixas de cerca de 30% em relação a 2010, os números do cinema nacional em 2011 ainda registram alguns dos melhores resultados dos últimos dez anos. Os filmes nacionais venderam 17,8 milhões de ingressos e geraram R$ 166,9 milhões de bilheteria – o segundo melhor desempenho em renda da década (perdendo apenas para o recorde de 2010, com R$ 225,7 milhões) e o terceiro em público (atrás de 2010, com 25,6 milhões de espectadores, e de 2003, com 22 milhões).
Como o mercado cresceu como um todo, a participação do filme nacional também apresentou queda, fechando o ano em 12,6% (contra 19% em 2010). O ano de 2003 continua sendo aquele em que o cinema nacional apresentou o mais expressivo market share da história recente (21%).
As comédias dominaram a preferência do público em 2011. O gênero responde por metade dos títulos do top 10 nacional do ano, incluindo os dois primeiros colocados: Cilada.com (Downtown/Paris/RioFilme), com R$ 28,4 milhões de arrecadação e três milhões de ingressos vendidos, e De pernas pro ar (Downtown/Paris), com R$ 27,7 milhões de renda e 3,1 milhões de público. (É importante observar, no entanto, que se forem incluídos público e renda das pré-estreias de De pernas pro ar realizadas em 2010 o filme passa à frente de Cilada.com, com renda total de R$ 31,5 milhões e 3,5 milhões de ingressos).
As primeiras colocações do ranking nacional mostram que não houve, em 2011, um sucesso comparável aos dois principais fenômenos de bilheteria de 2010: Tropa de elite 2 (R$ 102,6 milhões) e Nosso lar (R$ 36,1 milhões). Mas houve boa performance de representantes dos mesmos filões, como o policial Assalto ao Banco Central (Fox, em quarto), e os filmes religiosos As mães de Chico Xavier (Paris, em nono) e O filme dos espíritos (Paris, em décimo).
Algumas das surpresas do ano foram a comédia de Selton Mello O palhaço (Imagem), que ocupou a quinta posição do ranking, com mais de 1,4 milhão de ingressos vendidos; a comédia romântica Qualquer gato vira-lata (Disney), em sétimo, com 1,1 milhão; e o documentário Bahêa, minha vida (Paris), sobre a torcida do clube de futebol Bahia, que ficou em 20º, com mais de 70 mil espectadores.
Em relação ao número de lançamentos no circuito comercial, as produções nacionais deram um salto expressivo em 2011. Entre os 333 títulos lançados em circuito janeiro e dezembro, 98 foram brasileiros – um crescimento de 30% em relação a 2010 e o maior número recente da história do cinema brasileiro.
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