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Database Brasil 2018  


Mercado em queda, concentrado, tende à estabilidade




Depois de 12 anos seguidos de políticas públicas e investimentos privados que incrementaram tanto a exibição como a distribuição, e principalmente a produção, em 2018 o mercado de salas de cinema, que é o grande balizador da indústria, apresentou uma queda de público e de renda. Nesse período, o mercado brasileiro investiu na construção e no aparelhamento de novas salas, que geraram um crescimento de público de cerca de 82,2% e de quase 300% de renda. Em salas, passamos de 2.045 em 2006 para 3.333 em 2018. Esses números dão uma ideia geral de como o mercado de cinema cresceu e se modernizou, possuindo hoje um dos melhores parques exibidores em termos de digitalização, conforto e serviços. Agora, são 1.518 salas 3D, 142 salas vips, 40 salas 4D e 12 Imax.

A produção local cresceu bastante também em termos de títulos, passando de 73 lançados em 2006 para 167, em 2018, com presença crescente nos festivais internacionais, principalmente em Berlim, onde em 2019 tivemos um recorde de participação, com 12 títulos brasileiros em diversas mostras.

Os investimentos em infraestrutura de salas de cinema fizeram o mercado resistir durante muito tempo às diversas crises econômicas e políticas que o país atravessou neste período, durante as quais houve grande crescimento do desemprego. Nos últimos três anos, não só o filme estrangeiro, mas também a produção local teve dificuldades competitivas de manter seus números, em função dos primeiros efeitos do streaming, afastando dos cinemas uma grande parcela do público consumidor.

Ao que tudo indica, os números do mercado não terão a contribuição da expansão do parque exibidor, que já chegou a inaugurar mais de 200 salas em um ano, mas que já vem enfrentando um panorama recessivo, em função da já conhecida redução de aberturas de novos shoppings.

Desta maneira, a retomada do crescimento dependerá da safra de filmes estrangeiros, bem como da oferta de filmes nacionais com poder mercadológico competitivo, como foram as comédias nos últimos anos. Trata-se de um panorama pelo menos estável para o ano de 2019, em virtude dos fortes títulos prometidos e considerando que em 2018 o ranking dos filmes top ten do ano foram responsáveis por quase 50% do faturamento total das bilheterias, enquanto a produção nacional conseguiu um crescimento significativo. A questão que fica no ar é como se comportará a grande safra de filmes independentes, sejam estrangeiros, sejam de produção nacional, pois está se formando um abismo entre esses filmes e os blockbusters. Já os filmes de arte continuam com seu público fiel no circuito especializado, conseguindo uma bilheteria razoável, desde que venham com selo de qualidade de um festival internacional importante ou de uma potencial indicação ao Oscar.







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