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Database Brasil 2016  


Mercado continua em alta em 2016


2016 foi o décimo primeiro ano de crescimento seguido de público do mercado de cinema no Brasil, como também marcou o oitavo ano de crescimento ininterrupto de ingressos vendidos. O público total do ano fechou em 185,8 milhões de espectadores, uma alta de 8,9%, enquanto a renda totalizou R$ 2,6 bilhões, o que significa um crescimento de 12,9%. Em termos de dólar – tendo como base a cotação da moeda americana em dezembro de 2016 (R$ 3,25) – chega-se a um total de US$ 802 milhões.

Mais uma vez, os títulos classificados como os dez maiores filmes do ano foram os responsáveis pelo crescimento do mercado como um todo, pois eles tiveram a marca extraordinária de 70,4 milhões de espectadores, um market share de 37,9% e um crescimento de 17,9% em relação aos dez mais de 2016. Também em renda, os chamados dez mais do ano tiveram um crescimento significativo (20,1%), arrecadando R$ 982,2 milhões.


Nacional recorde

O setor nacional também teve um expressivo número de espectadores no ano, pois atingiu a marca recorde de 30,4 milhões de ingressos, com 144 lançamentos, também uma produção inédita.

A dobradinha Downtown/Paris liderou as distribuidoras de filmes brasileiros em 2016. A união de forças das duas empresas vem dominando os nacionais há cinco anos, mas desta vez o fenômeno Os dez mandamentos – O filme fez essa participação dar um salto. A parceria conseguiu 80,2% do público do ano e 78,5% da arrecadação total no período.

As duas distribuidoras venderam 24,3 milhões de ingressos de filmes nacionais em 2016, sendo que o épico religioso respondeu por nada menos que 46,1% desse total. A arrecadação acumulada foi de R$ 283,5 milhões, um crescimento de 74% em relação à bilheteria da dobradinha em 2015.

Mas Os dez mandamentos não foi o único sucesso do ano. Foram seis longas acima do milhão de ingressos, sendo quatro deles comédias. Minha mãe é uma peça 2, que já ultrapassou oito milhões de bilhetes neste 2017, fez 2,7 milhões só em dezembro de 2016. Também se destacaram Carrossel 2, com 2,5 milhões, Até que a sorte nos separe 3 (2,4 milhões), Tô ryca (1,1 milhão) e Suburbano sortudo (1 milhão).

Com 11,2% do público total nacional, a Imagem teve um sucesso nacional acima do milhão: o juvenil É fada!, que atraiu 1,7 milhão de pagantes graças principalmente à presença da youtuber Kéfera. A comédia Vai que dá certo 2 também caiu no gosto do público, com 925,8 mil espectadores.

A Warner também teve uma participação na distribuição de filmes nacionais. A major distribuiu dois filmes nacionais em 2016: O vendedor de sonhos (607,1 mil espectadores) e De onde eu te vejo (34,5 mil), tendo ficado com 2,1% de público e 2,4% de renda.


Exibição potente

Outro fator que vem contribuindo para o crescimento do mercado como um todo é o número de inaugurações de novas salas por todo o Brasil. Este ano, foram inauguradas 197 salas, que representaram um faturamento de 1,8%. Também surgiram novos pontos cinematográficos, ou seja, novos cinemas, que fizeram com que o ano totalizasse 745 complexos.

Entre os exibidores, a Cinemark foi líder do ano mais uma vez, com 46 milhões de espectadores (share de 24,9%) e uma renda de R$ 765,7 milhões (29,3%), fechando o ano com 610 salas, além de ser a exibidora que mais abriu salas (19) em 2016. Em segundo lugar, coloca-se mais uma vez também a Cinépolis, com 359 salas, conseguindo atrair 24 milhões de espectadores (share de 12,9%) e R$ 362,9 milhões em renda (13,9%). A empresa mexicana também foi a segunda colocada em abertura de salas (18). Em terceiro, mantém-se o grupo Kinoplex, com 16,6 milhões de espectadores (9%) e uma renda de R$ 246,9 milhões (9,5%), inaugurando 16 salas. Em seguida, vêm as empresas Araújo, UCI, Cinesystem, Espaço de Cinema, UCI/Ribeiro, Moviecom e Cineart (por ordem de faturamento).


3D forte

O 3D continua com bons resultados este ano, e uma análise da evolução de crescimento das salas no Brasil é impressionante, atingindo em 2016 a marca de 1.383 salas com esta tecnologia, que levaram 55,9 milhões de espectadores a assistirem a 44 títulos que foram disponibilizados pelas distribuidoras. Sua renda também, consequentemente, foi recorde, chegando a R$ 917 milhões.


Salas especiais

Com a abertura de novos cinemas alguns exibidores vêm aproveitando para atender a uma tendência do mercado que é a oferta de salas diferenciadas, seja no tamanho das telas, na qualidade do som, ou no serviço como um todo. Em 2016 as salas VIP totalizaram 122 e as 4D já atingem o total de 36 unidades, e o Imax, 12.


Forte competição na distribuição

Com uma receita de heróis e animações, a Disney liderou o market share das distribuidoras em 2016, garantindo uma fatia de 22,4% da renda e 21,5% do público total acumulado. O estúdio, que hoje detém um conjunto de marcas poderosas – entre elas Marvel, Lucasfilm e Pixar –, enfileirou sucessos, três deles no top 10 do ano, incluindo o líder, Capitão América – Guerra civil. O filme número um de 2016 fez R$ 143,4 milhões, graças à reunião dos principais heróis da Marvel, incluindo pela primeira vez o Homem-Aranha.

A distribuidora também emplacou nos dez mais do ano Procurando Dory, na quinta posição, com R$ 113,4 milhões, e Doutor Estranho, em sétimo, detentor de uma bilheteria de R$ 75,9 milhões. Entre outros sucessos da Disney no ano, figuram ainda a animação infantil O bom dinossauro, com R$ 48,3 milhões, e Rogue One – Uma história Star Wars, que reuniu R$ 39,4 milhões apenas nos 15 dias finais do ano. A renda total da companhia durante o ano foi de R$ 585,3 milhões. A última vez que a Disney liderou entre as distribuidoras no Brasil foi em 2013, ano de Homem de Ferro 3 e Thor 2.

A Warner ficou bem próxima, com uma parcela de 20,5% da arrecadação e 19,7% dos bilhetes vendidos em 2016. A distribuidora também contou com uma arma poderosa: o time de super-heróis da DC Comics, editora que consagrou Batman, Superman e companhia. Foi o ano em que o estúdio expandiu e diversificou esse universo de heróis, estratégia que colaborou bastante com os acumulados de R$ 535,1 milhões e 36,5 milhões de espectadores.

A distribuidora também emplacou três títulos no top 10, sendo o mais bem sucedido deles Batman vs Superman – A origem da justiça, o segundo lugar geral do ano, com R$ 132,4 milhões. Logo abaixo, vem Esquadrão Suicida, história dos vilões da DC que acumulou R$ 118 milhões. O spin-off do universo Harry Potter teve bom resultado: Animais fantásticos e onde habitam encerrou o top 10 com R$ 66,2 milhões. A distribuidora também teve sucessos como o drama romântico Como eu era antes de você (R$ 58,2 milhões) e o terror Invocação do mal 2 (R$ 46,8 milhões).

Em terceiro, a Fox obteve outros três lugares no top: Deadpool, fenômeno-surpresa do ano (R$ 81,9 milhões); a animação A era do gelo – O big bang (R$ 71,2 milhões) e X-Men – Apocalipse (R$ 67,3 milhões). Com R$ 434,5 milhões arrecadados, a companhia ficou com 16,7% tanto da renda quanto do público total.

A parceria Downtown/Paris, líder no lançamento de filmes nacionais, obteve o quarto lugar no ranking das distribuidoras, com 13,1% de público e 10,9% de renda, graças ao sucesso estrondoso de Os dez mandamentos. Do oitavo lugar em 2015, passou a quarto. Foram R$ 283,6 milhões acumulados, sendo que R$ 116,4 milhões (41%) vieram do épico religioso.

Concluindo, podemos afirmar que 2016 demonstrou mais uma vez que o cinema continua potente no Brasil em todos os setores.





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