Pela primeira vez desde 2001, o público total de cinema no Brasil não passou da casa dos 90 milhões de espectadores. Em 2007, o mercado atingiu a marca de 89,3 milhões de ingressos vendidos – o que representa uma queda de 1,1% em relação a 2006.

Mesmo contando com uma cartela de blockbusters como há muito tempo não se via – incluindo novas entradas das franquias Homem-aranha, Harry Potter, Shrek e Piratas do Caribe –, 2007 foi o terceiro ano consecutivo em que o público de cinema do país apresentou queda. Apesar disso, as bilheterias continuaram registrando um discreto crescimento, puxado pelo aumento no preço médio do ingresso, que fechou em R$ 7,98 – 4% acima do p.m.i. de 2006 (R$ 7,68).

Os filmes brasileiros tiveram um desempenho ligeiramente superior ao do ano anterior, com alta de público de 3,7%, marcando o retorno ao patamar dos 10 milhões de ingressos vendidos.

O ano de 2007 foi marcado pelo fenômeno Tropa de elite, de José Padilha, filme que chegou ao mercado pirata dois meses antes de sua estréia nos cinemas e acendeu uma intensa polêmica envolvendo temas como tráfico de drogas, corrupção policial e a própria questão da pirataria no país.

O crescimento do filme brasileiro em 2007 se deveu não apenas aos resultados obtidos pelos dois blockbusters nacionais – além de Tropa de elite, a comédia A grande família também passou da marca de dois milhões de ingressos vendidos –, mas também ao desempenho de títulos com resultado médio, como Primo Basílio, Ó paí ó e O homem que desafiou o diabo. Assim, a produção brasileira conseguiu um ligeiro aumento no market share, que chegou a 11,6%. Apesar disso, a grande maioria dos títulos nacionais lançados no ano não passou dos 10 mil espectadores.

O público dos filmes estrangeiros, por sua vez, caiu 3,8%, para fechar o ano com 78,2 milhões, e o público total dos dez filmes mais vistos do ano aumentou 2,1% em relação a 2006, fechando em pouco mais de 33 milhões.