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Em 2006, o mercado de cinema no
Brasil cresceu em renda, mas caiu em público. O ano contabilizou 90.280.134
espectadores – o que representou uma queda de pouco mais de 3% em relação aos
93,6 milhões de 2005 –, mas, com o aumento de 7%
do preço médio de ingresso (R$ 7,70), a arrecadação das bilheterias fez o
movimento inverso e chegou a R$ 694,9 milhões (uma alta de 3,2%).
O ano foi marcado, ainda, por um
significativo aumento no número de títulos lançados comercialmente: 337
longas-metragens chegaram ao circuito brasileiro, contra 288 em 2005 (+17%). As
estréias nacionais foram responsáveis por boa parte dessa alta, com 73 filmes
lançados, contra 47 no ano anterior. Tanto as majors como as distribuidoras independentes expandiram suas
cartelas em cerca de 10%, e três novas pequenas distribuidoras começaram a
operar (Focus, Film Connection e Iaiá Filmes).
Mesmo com a
ligeira alta de renda, o Brasil viu o público de cinema cair pelo segundo ano
consecutivo, depois de sete anos seguidos de expansão. De maneira geral, o país
não conseguiu acompanhar a tendência de recuperação que marcou os principais mercados de cinema do mundo em relação aos
problemáticos resultados de 2005.
A forte influência da concorrência do DVD e da pirataria
e a alta do preço do ingresso são alguns dos fatores mais citados como
possíveis causas para essa queda, mas a escassez de pesquisas mais detalhadas sobre o comportamento e as
exigências do público dificulta uma análise mais precisa da situação.
O número recorde de estréias
nacionais não se traduziu em um aumento do público para os filmes brasileiros,
que caiu 8% em relação a 2005. Apenas dois títulos conseguiram ultrapassar a
marca de um milhão de espectadores: a comédia Se eu fosse você, de Daniel Filho – que, com nada menos que 3,6
milhões de ingressos vendidos, ficou com a liderança isolada do ranking de filmes nacionais, o terceiro
lugar entre os dez mais vistos do ano e a terceira posição no ranking de filmes da retomada –, e a
aventura infantil Didi – Caçador de
tesouros, com Renato Aragão. Essa concentração mostra um resultado semelhante ao de 2005, quando um único filme (Dois filhos de Francisco) concentrou
grande parte do público total do filme nacional. Apesar da queda de
público dos filmes brasileiros (de 10,7 milhões de espectadores em 2005 para
9,9 milhões em 2006), o resultado manteve o mesmo percentual de participação no
mercado: 11%.
O filme mais visto do ano foi a animação A era
do gelo 2, da Fox, com 5,88 milhões de espectadores, seguido de O código Da Vinci, da Sony, com 4,66
milhões. Ambos tiveram lançamentos
fortes, que figuraram entre as cinco maiores aberturas de todos os tempos no
Brasil – O código Da Vinci obteve
1,12 milhão de espectadores no fim de semana de estréia e A era do gelo 2, 1,04 milhão.
A Fox foi líder em participação
de mercado (em renda) com 25% de market
share, seguida da Sony (com 15,7%), UIP (15,6%) e Buena Vista (14,7%),
enquanto a Warner, que foi líder em 2005, dessa vez ficou em quinto lugar, com
11,4%. Em seguida vieram quatro distribuidoras independentes: Europa/MAM
(5,5%), PlayArte (4,8%), Imagem (2,8%) e Califórnia (1,4%).
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