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O cinema
no Brasil e o cinema brasileiro em particular viveram um ano histórico em 2003.
O público total voltou à casa dos 100 milhões de espectadores e público dos
filmes brasileiros chegou a 22 milhões, o que representa 21,4% de market share, marcas que não eram
atingidas desde 1989.
Ao todo,
102,9 milhões de ingressos foram vendidos em 2003, gerando uma renda de quase
R$ 650 milhões. Em relação a 2002, o crescimento geral foi de 13% em público e
22% em renda. O market share do filme
nacional é recorde absoluto do período da “retomada” e o maior desde 1988. O
público do filme estrangeiro sofreu pequena queda (de 4%), muito em função de
uma oferta de blockbusters
hollywoodianos não tão forte quanto a de 2002, enquanto o público das produções
nacionais cresceu nada menos que 205% em relação ao ano anterior. Os grandes
responsáveis pela expansão do mercado, portanto, foram os filmes brasileiros,
capazes de atrair um público que se encontrava afastado dos cinemas.
Como em
2002, que assistiu ao grande sucesso de Cidade
de Deus (mais de 3,2 milhões de espectadores), o tema da violência urbana
foi central para o fenômeno do cinema nacional de 2003, Carandiru, de Hector Babenco, retrato contundente do maior presídio
da América Latina (hoje desativado). Representante do país na competição do
Festival de Cannes, o filme foi lançado pela Columbia e foi visto por mais de
4,6 milhões de pessoas, gerando uma renda de quase R$ 30 milhões. A segunda
posição do ranking ficou com a
comédia Lisbela e o prisioneiro, de
Guel Arraes, com mais de 3,1 milhões de espectadores. Três filmes (Os normais, Xuxa e os duendes 2 e Maria –
Mãe do filho de Deus) ultrapassaram a marca de dois milhões de ingressos
vendidos, e outros dois (Didi – O cupido
trapalhão e Deus é brasileiro)
fizeram mais de um milhão e meio.
Esse
crescimento do filme brasileiro é o resultado de um processo amplo, ligado à
retomada do crescimento do setor da exibição, à regularização da oferta da
produção e, principalmente, aos investimentos feitos na área da
comercialização. Muitos lançamentos de filmes brasileiros contaram com a
infra-estrutura das grandes distribuidoras e, ainda, com a parceria da Globo
Filmes. Todos os dez filmes mais vistos do ano de 2003 foram co-produzidos pela
Globo Filmes, o que representou um investimento elevado e inédito em mídia de
televisão.
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