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Database Brasil 2002  

O balanço de 2002


O processo de expansão do mercado de cinema no Brasil teve em 2002 um ano que pode ser considerado excepcional. Em termos gerais, o público de cinema deu um salto de 21% em relação a 2001 (25% em relação à renda), passando de 74,8 milhões de ingressos vendidos para 90,8 milhões. Pela primeira vez, desde 1991, o público voltou à marca de 90 milhões, no mais forte sinal de que o cinema está mesmo recuperando o espaço perdido desde a crise que se iniciou no começo dos anos 1990, quando o total de espectadores do país despencou para cerca de 35 milhões.

Do ponto de vista do cinema nacional, 2002 trouxe uma nova meta para o filme brasileiro com o sucesso de Cidade de Deus, que não apenas se tornou o líder do ranking nacional como também se fixou como o novo campeão de público e renda da retomada, com a marca inédita de mais de três milhões de espectadores. Exibido no Festival de Cannes, obtendo grande repercussão internacional, o filme de Fernando Meirelles contribuiu muito para a consolidação dessa boa fase da produção brasileira.

O público total do filme nacional, que em 2001 ficou em 6,9 milhões, apresentou um aumento de 4,5% em 2002, chegando a 7,4 milhões. Mesmo tendo crescido significativamente em termos absolutos, em termos relativos a produção brasileira perdeu um ponto percentual no market share, baixando sua participação de 9% para 8%. Isso se deu, principalmente, porque os filmes estrangeiros tiveram um ano excepcional em que sua participação no mercado, em termos de público, aumentou 23%, proporcionando um crescimento geral. O impulso maior desse crescimento foi Homem-aranha, um fenômeno com o qual não se pode contar todos os anos.

Com mais de 8,4 milhões de ingressos vendidos, Homem-aranha abocanhou, sozinho, quase 10% do mercado. A soma do público dos dez primeiros colocados do ranking 2002 apresentou um crescimento de 65% em relação ao mesmo total de 2001, e Homem-aranha foi o principal responsável por isso. Também tiveram excelente desempenho os filmes O senhor dos anéis (4,2 milhões de espectadores), e outros três títulos que ultrapassaram três milhões de ingressos vendidos (Harry Potter e a câmara filosofal, com 3,9 milhões; Homens de preto 2, com 3,4 milhões, e Scooby Doo, com 3,1 milhões). Entre as distribuidoras estrangeiras, a Warner, que lançou O senhor dos anéis, Harry Potter, Xuxa e os duendes e Scooby Doo, foi líder de market share, seguida da Columbia, lançadora de Homem-aranha e Homens de preto 2.

Entre os filmes brasileiros mais vistos, além de Cidade de Deus, com 3,1 milhões de espectadores, também teve excelente desempenho Xuxa e os duendes, que totalizou 2,6 milhões. Em seguida estão Abril despedaçado (mais de 350 mil espectadores), Avassaladoras (mais de 300 mil) e Surf adventures (200 mil). A Lumière se destacou no market share do filme nacional alcançando a fatia de 55%, tendo sido responsável pelos lançamentos de Cidade de Deus, Abril despedaçado e Surf adventures. Chamou atenção, em 2002, a falta de filmes com faixa média de público (entre 500 mil e um milhão de espectadores), um fator que também contribuiu para a pequena queda da produção nacional no market share.

No campo da exibição, em 2002 uma nova operadora de multiplex iniciou suas atividades no Brasil, a espanhola Cinebox, que inaugurou seu primeiro complexo em Campinas, com dez salas, em dezembro. A Cinemark continua sendo líder em número de salas, espectadores e faturamento, seguida pelo Grupo Severiano Ribeiro e pela UCI. O circuito de arte chegou à marca considerável de 127 salas, com a inauguração do segundo Arteplex no Brasil, na cidade de Porto Alegre.




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