Busca

Menu
Imprimir
Voltar

Database Brasil 2007  

Exibição


Panorama Geral – Exibição

Desde que o Concine, órgão oficial de estatísticas cinematográficas, teve suas atividades encerradas no começo da década de 90, o cadastramento do número de salas no Brasil passou a ser feito por cada distribuidora separadamente, sem qualquer cruzamento de informações. Há sete anos a Filme B pesquisa e publica o número de salas de exibição no Brasil com o objetivo de disponibilizar as informações para todos os setores do mercado.

Por meio de um levantamento realizado pela Filme B em conjunto com o Plantão de Rendas (serviço diário de coleta de rendas nos cinemas), a partir da base de dados do Sindicato dos Distribuidores do Rio de Janeiro, mas também a partir de um contato direto com os grupos exibidores, chegamos aos números que ora apresentamos. Trata-se de um trabalho contínuo, com uma dinâmica complexa, que depende da checagem exaustiva de informações, principalmente em relação às salas que encerram suas atividades. O Database Brasil 2007 publica também, pelo terceiro ano, a relação mais completa possível das cidades que possuem salas de cinema no Brasil.

Concluindo o levantamento anual, nossa estimativa é de que o Brasil tenha chegado ao fim de 2007 com 2.120 salas de cinema. O circuito registrou um aumento discreto de 2,5% em relação a 2006 – índice ainda muito distante dos números registrados ao longo dos anos da década de 1990, mas que aponta para um possível novo ciclo de crescimento.

A valorização do real em relação ao dólar norte-americano voltou a posicionar o Brasil entre os dez maiores mercados do mundo – e os efeitos se fizeram sentir no mercado exibidor. Neste momento, o país torna-se mais atraente para os operadores, em especial para os operadores estrangeiros, que retomaram seus investimentos e seguem em ritmo de ampliação mais acelerado que o dos exibidores nacionais.

Assim, a Cinemark, empresa líder de mercado e também o maior operador estrangeiro atuando no Brasil, passa a ocupar uma posição cada vez mais importante no cenário da exibição, com market share de aproximadamente 30% de público. Por sua vez, a UCI, cujas operações locais foram adquiridas pela norte-americana National Amusements, começa a retomar seus investimentos no Brasil, mantendo também, em alguns casos, a parceria com exibidores nacionais.

Por outro lado, o mercado brasileiro registrou baixa de público por três anos consecutivos, o que leva a uma diminuição dos investimentos das distribuidoras, tanto em mídia quanto em número de cópias para títulos médios. É inevitável que a competição fique cada vez mais acirrada, afetando especialmente os pequenos e médios exibidores, que lutam por sua sobrevivência.

O Grupo Severiano Ribeiro, maior operador brasileiro, vem consolidando sua posição em praças onde está tradicionalmente bem estabelecido, como o Rio de Janeiro. Outra estratégia do grupo é a renovação de seu circuito, com destaque para a marca Kinoplex, que vem ganhando cada vez maior destaque. Alguns grupos de médio porte também apostam na modernização – um exemplo é a Cinematográfica Araújo, que inaugurou suas primeiras salas VIP, em São José do Rio Preto, em 2007. Em alguns casos, os exibidores apostam na exploração de praças de grande carência – como a Baixada Fluminense e municípios do interior de São Paulo.

A situação se agrava com a aproximação da transição digital – cuja expectativa gera grande preocupação no mercado. Há necessidade de maiores investimentos de risco, sem retorno garantido. Os pioneiros desta transição – não por acaso os dois maiores exibidores do país – apostaram em salas equipadas com exibição em 3D digital, com resultados estimulantes. Entre os grupos médios, não há registro de mobilização para a transição digital.

Enquanto isso, modelos alternativos ao padrão norte-americano vêm se consolidando – em especial o modelo trabalhado pela Rain Networks, que já instalou seus projetores digitais em mais de 140 salas, principalmente em grupos pequenos e médios e em complexos do circuito de arte.

Principais exibidores

A liderança do ranking de maiores exibidores em 2006 continua com a Cinemark, líder em público e renda no país (tabela 5), sendo também a campeã de salas, renda e público no mercado de São Paulo. Embora a empresa tenha registrado pequena queda de público em 2006, manteve seu índice de market share (cerca de 28%).

A vice-liderança da exibição do país em número de salas segue com a empresa Cinemas São Luiz – que faz parte do Grupo Severiano Ribeiro –, que contou com 137 salas em 2007. A terceira posição continuou com a UCI, que registrou um acréscimo no número de salas pela primeira vez em dois anos, fechando ainda o ano de 2007 com share de 9,2% do público.

A quarta posição em número de salas é da Arcoíris Cinemas, que manteve sua trajetória de crescimento. Em público, a terceira posição ficou com a Cinematográfica Araújo, sexto maior exibidor em número de salas.

Multiplex

Para a elaboração do mapa dos multiplex (tabela 6), seguimos o mesmo critério estabelecido nas últimas duas edições: levamos em consideração os complexos que tenham quatro salas ou mais – uma mudança em relação às edições mais antigas, nas quais considerávamos apenas aqueles com mais de seis salas. Essa nova classificação responde melhor à realidade do mercado brasileiro e atende a uma reivindicação dos próprios exibidores.

O desenho geral permanece pouco alterado. Desde a chegada dos multiplex no Brasil, os conjuntos estão concentrados na região Sudeste e especialmente no estado de São Paulo. No estado do Rio de Janeiro, as poucas inaugurações dos últimos anos se deram na capital, onde os escassos locais disponíveis para construção são disputadíssimos.

De todo modo, registramos, nestes últimos dois anos, um salto no número de complexos, que passou a um total de 154, contra 72 em 2004. Neste novo quadro, São Paulo continua sendo o estado com maior número de complexos: 60. A segunda posição em número de complexos fica com o estado de Minas Gerais (15), seguido do Rio de Janeiro (14).

A rede Cinemark, líder também em multiplex, conta com 43 complexos, enquanto a Cinematográfica Araújo e a Movicom contam com 11 complexos. A Cinemas São Luiz tem 10, seguida pela Cinemais, com nove, e a Cinesystem, com oito.

Pela segunda vez seguida, o complexo Iguatemi Salvador (joint venture da UCI com a Orient), de 12 salas, ultrapassou em público o New York City Center, o maior multiplex do Brasil, da UCI, com 18 salas (tabela 7). Em renda, no entanto, o UCI-NYCC continua na liderança, com p.m.i. de R$ 10,7, enquanto o complexo Iguatemi Salvador vai para a terceira posição, com p.m.i. de R$ 8,36, atrás do Metrô Santa Cruz, da Cinemark (p.m.i. de R$ 9,89).

Em relação à média por sala (tabela 8), a Cinemark fica com as três primeiras posições do ranking (são 12 entre as 20 primeiras posições). Pela primeira vez, as cinco salas do Shopping Center Norte, em São Paulo, ultrapassaram as seis do Botafogo Praia Shopping, no Rio, em média de público por sala. Na terceira posição aparece o Cinemark Plaza Shopping em Niterói. O novíssimo Kinoplex Leblon, da Severiano Ribeiro, estreou em quarto lugar, com média superior a 100 mil espectadores/sala.

Salas de arte

Em 2007, o circuito de arte do Brasil seguiu estável, fechando o ano com 160 salas, contra 161 em 2006 e 157 no ano anterior. As inaugurações não modificaram a disposição geral do mercado (tabela 10). São Paulo lidera o ranking com 38 salas, enquanto o Rio de Janeiro aparece em segundo lugar, com 37. Brasília manteve a terceira posição, com 23 salas.

Entre os exibidores de arte no Brasil (tabela 11), o grupo Espaço de Cinema continua liderando o ranking, fechando 2006 com 53 salas distribuídas por vários estados do Brasil. Este número inclui as 28 salas dos complexos da marca Arteplex, que exibem uma programação mista, composta por títulos de arte e outros de apelo mais comercial. Na segunda posição vem o Grupo Estação, que tem salas em Minas Gerais, São Paulo e, principalmente, no Rio de Janeiro. Em 2007, o grupo inaugurou o complexo Estação Vivo Gávea, e há planos para expansão de seu circuito.





Topo da página © Copyright Filme B. Todos os direitos reservados.