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Database Brasil 2007  

Distribuição


Ao longo de 2007, 338 longas-metragens foram lançados comercialmente nos cinemas no Brasil – um número praticamente igual ao de 2006, quando 337 filmes chegaram ao circuito. Do total de filmes lançados, 82 foram produções brasileiras e 226 estrangeiras – sendo 142 dos Estados Unidos e 84 de outros países.

As majors lançaram menos filmes em 2007. Sony, Warner, Fox, Buena Vista, Paramount e Universal, estrearam, juntas, 100 títulos, contra 127 em 2006. Essa diminuição talvez se explique pela alta concentração de franquias de peso entre os meses de maio e julho, que exigiram um alto investimento em cópias e mídia, e também pela decisão de lançar direto em homevideo alguns títulos de porte médio, pois o investimento para lançá-los nos cinemas, segundo as majors, não compensaria.

As distribuidoras independentes, por sua vez, ampliaram suas cartelas e estrearam, ao todo, 238 filmes – um aumento de 13% em relação a 2006.

O número de filmes brasileiros lançados, que vem crescendo a cada ano, aumentou 15% e chegou a 82 títulos – 15 deles foram lançados por majors, 67 por distribuidoras independentes e 17 graças à iniciativa dos próprios produtores.

O crescimento das cartelas das distribuidoras independentes, que pôde ser observado nos últimos anos, está diretamente ligado à explosão do DVD no Brasil, que alimentou a compra de títulos nos mercados internacionais e a alta dos preços para o território brasileiro, exatamente como na época do “boom” do VHS, nos anos 90.

Como se sabe, no entanto, o homevideo sofreu forte retração em 2007, em função de uma transformação do mercado, já que o rental foi largamente superado pelo sell through, que tem uma margem de lucro consideravelmente menor. Essa transformação, provavelmente, se refletirá nas estréias de 2008. O aumento da cartela de filmes brasileiros pelas independentes se explica também pela efetivação do prêmio adicional de renda da Ancine, que representa um grande estímulo para os lançamentos nacionais.

Em relação à diversidade de países representados no circuito comercial brasileiro, houve poucas mudanças. A proporção de filmes norte-americanos diminuiu ligeiramente, de 46% em 2006 para 44% em 2007, enquanto o percentual de filmes brasileiros passou de 22% para 24%, e o de filmes europeus foi de 21% para 23%. Entre os lançamentos europeus, destaque para o crescimento de títulos franceses (30) e para o primeiro lançamento comercial de uma cinematografia em ascensão (a romena, com a estréia de A leste de Bucareste).

Sony lidera market share

Em um ano marcado pela forte concorrência, as majors alcançaram resultados bastante próximos, com uma disputa apertada pela liderança do mercado. Homem-aranha 3, o filme mais visto de 2007 no Brasil (tabela 27), garantiu à Sony a maior fatia de market share do ano (tabela 28). O faturamento total dos filmes da distribuidora chegou a R$ 111,9 milhões, ou 15,9% do total.

A Warner, cujo line up foi encabeçado pela quinta aventura de Harry Potter, ficou em segundo lugar, com faturamento de R$ 104,8 milhões, o equivalente a 14,8% de market share. Outro destaque da major foi o épico 300, o sexto filme mais visto de 2007.

A Fox, líder em 2006, vem logo em seguida, na terceira posição. Com R$ 102 milhões de arrecadação, os filmes da distribuidora foram responsáveis por 14,5% da renda total do ano, com títulos como Uma noite no museu, Os Simpsons e Quarteto Fantástico 2.

A Buena Vista, com dois títulos no top 20 de 2007 (Piratas do Caribe 3 e Ratatouille), obteve o quarto lugar, com 13,7% de market share em renda.

Com o fim da UIP, este foi o primeiro ano em que Paramount e Universal foram contabilizadas separadamente. A primeira conquistou resultados sólidos em todo o mundo, demonstrando que a aquisição da Dreamworks foi um excelente negócio. Dois de seus maiores sucessos em 2007 foram animações dos estúdios de Jeffrey Katzemberg: Shrek Terceiro, o vice-líder do ano, e Bee Movie – A história de uma abelha, que apenas em dezembro fez mais de 1,3 milhão de espectadores.

A Universal teve como carro-chefe um dos filmes mais comentados de 2007, o policial brasileiro Tropa de elite. Outros destaques da companhia foram as comédias As férias de Mr. Bean e Ligeiramente grávidos.

A Imagem Filmes foi a líder entre as independentes. A distribuidora conquistou uma fatia de 5,1% do mercado, com renda total de R$ 35,5 milhões. Com uma cartela variada de títulos, entre eles os infantis A loja mágica de brinquedos e Dogão, a comédia romântica Totalmente apaixonados, o terror 1408, e o sucesso do circuito de arte Paris, te amo, a Imagem obteve pela primeira vez a liderança do setor, em pouco menos de cinco anos de atuação no segmento theatrical.

O consórcio Europa/MAM ficou logo atrás, com 4,8% de market share. O destaque da empresa foi o blockbuster nacional A grande família, mas outros títulos também se destacaram: o oscarizado A rainha, o drama musical francês Piaf, e outro nacional, Ó paí ó. A PlayArte, por sua vez, apostou na produção da New Line A bússola de ouro, que assegurou à distribuidora 4% do mercado, com a ajuda de A hora do rush 3, Hairspray e Manda bala.

Paris Filmes e California ficaram praticamente empatadas com 1,5% cada uma; as outras distribuidoras somaram 4,3%. No total, as independentes foram responsáveis por 21% do total arrecadado no mercado de salas em 2007.

Número de cópias dos dez mais foi recorde em 2007

O investimento das distribuidoras nos grandes lançamentos das férias, que vem crescendo regularmente nos últimos dez anos, deu um grande salto em 2007. O número de cópias dos dez filmes mais vistos no ano aumentou nada menos que 30% em relação a 2006, chegando a 5.169, um recorde.

O ano de 2007 contou com os três maiores lançamentos em número de cópias em todos os tempos: Harry Potter 5, da Warner (725 cópias), Homem-aranha 3, da Sony (697 cópias) e Piratas do Caribe 3, da Buena Vista (679). Até então, apenas Homem-aranha 2 havia recebido um lançamento no Brasil com mais de 600 cópias, e pouquíssimos filmes chegaram a abrir com mais de 500.

É importante lembrar que, apesar do grande número de cópias dos blockbusters, a disputa pelas cópias continuou acirrada, principalmente entre os exibidores pequenos e médios. Os filmes do top ten, afinal, puxam o mercado e muitas vezes salvam o ano. Ao mesmo tempo, vários filmes de potencial médio foram lançados diretamente em vídeo, o que deixou o mercado exibidor carente de títulos.

O público total dos dez mais, porém, não acompanhou a tendência, registrando um aumento inferior a 5% em relação a 2006 – em renda, a alta não passou de 8%. O resultado é o menor retorno de público por cópia dos últimos anos: 6,5 mil espectadores/cópia, número inferior ao do ano de 2001. Nenhum dos dez títulos do top 10 chegou a registrar média de público superior a 10 mil por cópia – nem mesmo Tropa de elite e Ratatouille, os dois menores lançamentos dos dez mais, que não ultrapassaram 280 cópias cada.





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